Dados da Emater/Serra referentes a previsão de colheita de frutíferas na safra 2017/2018 aponta uma redução de cerca de 20% em relação à safra 2016/2017. O levantamento envolve 55 municípios, os 49 da regional da Emater na Serra e mais seis da região de Passo Fundo e Lajeado.
De acordo com a Emater/Serra, a maturação e colheita de todas as espécies está antecipada em média em 20 dias devido às condições climáticas. Um dos fatores é a falta de horas de frio. São contabilizadas como horas de frio temperaturas abaixo de 7,2 °C. A medição feita pela Embrapa Uva e Vinho, localizada em Bento Gonçalves, contabilizou 188 horas de frio em 2017, abaixo das 410 da média histórica. Quando a planta tem menos horas de frio do que o recomendado, a planta produz menos frutos, além de frutas menores do que o normal.
Ainda segundo a Emater, a falta das horas de frio, aliada à pouca chuva e temperaturas elevadas no mês de setembro, contribuíram para para a aceleração do ciclo das frutas. Depois, com o retorno do frio em outubro e novembro, o ciclo foi novamente afetado. Por outro lado, a pouca incidência de chuva favoreceu a manutenção da sanidade das frutíferas.
Outro fator que contribui para a quebra foi a alta produtividade da safra anterior, que impôs um grande consumo de nutrientes e exauriu as plantas, impactando neste ciclo.
A uva, principal cultura da região, terá uma quebra de cerca de 15% a 20%. Mesmo assim, a colheita deve se manter na média. Já espécies como a macieira, pessegueiro, ameixeira, caquizeiro, laranjeira e bergamoteira deverão apresentar produtividade abaixo da média.
Uma das culturas mais importantes da região, a maçã, tem quebra estimada em 21%. O pêssego, que também se destaca na Serra, deverá enfrentar perda de 41%. A principal quebra é projetada nas ameixeiras, com 80%. A ameixa apresentou problemas no florescimento. A qualidade da fruta, porém, não foi afetada.