A produção de uvas na Serra Gaúcha deve ficar dentro da média histórica. Conforme o escritório regional da Emater, a projeção é que 720 mil toneladas da fruta sejam colhidas, incluindo a fruta para consumo in natura e a quantidade destinada ao processamento.
O número é cerca de 20% menor que o da safra anterior, quando o Rio Grande do Sul teve a maior safra de uva da história. A expectativa também é de que a fruta tenha boa qualidade por causa do comportamento do tempo em dezembro e no início de janeiro.
O engenheiro agrônomo da Emater Enio Todeschini, explica que os dias ensolarados, com tardes quentes e noites frias, ajudam a balancear açúcares e ácidos, além de favorecer a sanidade. Ele diz que, se as condições continuarem assim ao longo de janeiro e em fevereiro, é possível que a qualidade da fruta se aproxime à da safra de 2012, quando houve excepcional qualidade.
A safra está antecipada em cerca de 20 dias por causa do inverno com temperaturas quentes. Se a maturação das variedades tardias permanecer neste ritmo, o engenheiro agrônomo explica que a colheita pode terminar ainda no final de fevereiro, escapando do período mais chuvoso.
Por outro lado, o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e também presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho/RS), Oscar Ló, avalia que as noites mais frias no mês de dezembro fizeram com que as variedades tardias estejam maturando no período considerado normal. Ele considera que isso pode prolongar a safra gaúcha, com encerramento em março, apesar de ter começado mais cedo.
Conforme o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus, as previsões climáticas o mês de janeiro mostram cenário positivo para os produtores de uva. Segundo ele, o prognóstico é de influência do La Niña até o final de janeiro, com incidência de chuvas abaixo do normal. O tempo firme favorece a maturação das frutas e a alta graduação de açúcar, que inclusive é utilizada por vinícolas para calcular o valor pago ao produtor.
A estimativa é que cerca de 600 mil toneladas de uva produzida no Rio Grande do Sul sejam destinadas ao processamento, conforme o Ibravin. Na safra anterior, foram 750 milhões de quilos. A Serra Gaúcha é responsável por 85% da produção da fruta no Estado. Segundo o Cadastro Vitícola, no Rio Grande do Sul são cultivadas 138 variedades.