Com cerca de 20% da colheita concluída, as lavouras de milho no Estado mostram rendimento satisfatório, mas com perdas pontuais de produtividade por questões climáticas. Além da falta de chuva em dezembro, temporais e granizo afetaram, no início do ciclo, áreas irrigadas no noroeste do Estado. Falta de umidade afetou de forma mais intensa a Metade Sul.
No levantamento mais recente da Conab, do começo do mês, a produtividade estimada era de 7,2 mil quilos por hectare, 4% abaixo do ciclo anterior. Mesmo assim, o segundo maior rendimento da história. Para o presidente da Apromilho-RS, Ricardo Meneghetti, a projeção é conservadora e as perdas devem ser superiores.
– A produtividade deve cair de 15% a 20% – estima Meneghetti.
O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, também vê prejuízos acima das estimativas oficiais. A razão seriam os danos causados por ventos e granizo em lavouras irrigadas, tombando parte das plantas.
É o caso do produtor rural Valter Luiz Driemeyer, de Augusto Pestana, no noroeste do Estado. O agricultor, que planta com pivôs, colheu cerca de 200 sacas por hectare na área em que produz para grão – 10% abaixo do que esperava.
– Quando a lavoura ainda estava na época de floração veio um temporal, que quebrou muitos pés de milho – conta Driemeyer.
Devido ao desestímulo do preço, Driemeyer plantou nessa safra apenas 25 hectares de milho grão, ante 40 hectares no ciclo anterior. Em compensação, vem ampliando a área da cultura dedicada à silagem, pela intenção de aumentar o plantel de vacas leiteiras.
Driemeyer encerrou a colheita, mas até a semana passada ainda não havia vendido a produção por não considerar o preço remunerador. Nunca fez a venda futura, que começa agora a ganhar espaço. Avalia que o fato de plantar com irrigação ajudaria, mas, por outro lado, considera que têm um volume pequeno para aderir à modalidade.