O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, atrás de China e Índia. A produção é de aproximadamente 45 milhões de toneladas/ano, 65% consumidas nacionalmente e 35% destinadas ao mercado internacional.
Nosso diferencial é a grande variedade produzida em todas as regiões sob os climas tropical, subtropical e temperado. São dezenas de espécies nativas e exóticas cultivadas e que geram em torno de 5,5 milhões de empregos e ocupam 2 milhões de hectares. Destaque para laranja, banana, coco-da-baía, mamão, uva, maçã, limão, lima, maracujá, castanha-do-brasil e caju nas lavouras permanentes. Melancia, abacaxi, melão e maracujá em temporárias. Juntas, essas espécies são responsáveis por aproximadamente 70% do total de frutas produzidas no país.
Ainda temos importantes áreas com abacate, açaí, cacau, caqui, figo, goiaba, guaraná, graviola, quiuí, manga, marmelo, nêspera, noz, pera, pêssego e tangerina. São Paulo, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará e Pernambuco se destacam.
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Existem ainda dezenas de variedades de frutíferas nativas produzidas, comercializadas e consumidas regionalmente e muitas vezes anônimas em outras regiões do país. Dentre elas, podemos citar araçá, butiá, cereja-do-mato, guabiju, guabiroba, ingá, pinhão e uvaia no Sul. Araticum, baru, cagaita, jenipapo, mangaba, maracujá-do-cerrado, murici e pequi no Cerrado. O abiu, bacuri, camu-camu, cupuaçu, pupunha, taperebá, tucumã e uxi na Amazônia. E ainda o cambuí, cajarana, cajá, seriguela, maracujá-do-mato, umbu e umbuguela na Caatinga.
Todos esses frutos nativos e outros exóticos têm grande potencial econômico, ambiental e social. O consumo médio de frutas no país é de 30 quilos por habitante/ano. Apenas um em cada quatro brasileiros consome a quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por dia.
O consumo poderia ser amplificado se mais frutas estivessem disponíveis em maior escala e se fossem comercializadas sob a forma de polpas, picolés, sorvetes, bolos e salgados. Também passa por um processo de educação alimentar, maior valorização da produção local e do consumo in natura.
A Embrapa tem realizado grande esforço científico e tecnológico para ampliar a capacidade de produção com sustentabilidade e garantir o maior consumo de frutas de qualidade. De Norte a Sul são conduzidas pesquisas, inovações e transferência de tecnologias associadas à fruticultura.
Os desafios estão na elevação da produtividade, questões fitossanitárias, sistemas integrados biodiversos, "domesticação" das espécies nativas, boas práticas, beneficiamento, armazenagem e transporte. Há também os esforços com a rede de parceiros para elevar a integração e presença das frutas na gastronomia, artesanato, cultura e turismo rural.
O poder de nossas frutas está nas fibras alimentares, compostos antioxidantes, vitaminas e minerais que beneficiam a saúde. Na geração de negócios, empregos e renda que apoiam o desenvolvimento rural brasileiro. Está em suas cores e sabores!
Dr. Édson Bolfe é pesquisador, coordenador do Sistema Agropensa/SIM - Embrapa
edson.bolfe@embrapa.br