O Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de produtos agrícolas, resultado decorrente das condições de solo, clima, tecnologias, políticas públicas, esforço e competência dos agricultores.
Hoje, o setor representa quase 25% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e 50% de nossas exportações. Significa dizer que de R$ 4 que circulam no país, R$ 1 é agrícola. E, de cada dois dólares exportados, um tem origem em chácaras, sítios, fazendas e estâncias.
Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam que a produção de grãos passará dos atuais 196 para 255 milhões de toneladas até 2026, elevação de 30%. A área plantada deverá passar dos atuais 58 para 65 milhões de hectares, expansão inferior a 13%. Resultado do aumento da produtividade, principalmente, das lavouras de milho, feijão e arroz. Já a produção de carnes (bovinos, suínos e aves) terá incremento de quase 30%, algo como mais 8 milhões de toneladas de carnes.
O Mato Grosso continuará sendo o principal polo agrícola, liderando a produção em soja e milho. A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) deverá experimentar aumento de 90% na produção de grãos. O Rio Grande do Sul se mantém em destaque nacional com sua produção diversificada, como soja, arroz, trigo, milho, uva, maçã, fumo, carnes, celulose e papel.
O aumento da população mundial, da expectativa de vida e as transformações no padrão de consumo de alimentos exigirão maior dinâmica e multifuncionalidade da agricultura. Devem continuar sustentando o crescimento agrícola, o dinamismo dos mercados interno e externo e a produtividade, impulsionada pelas crescentes capacidades de pesquisa, ensino, assistência técnica e extensão rural. Tudo indica que continuaremos sendo uma potência mundial em agricultura e meio ambiente nas próximas décadas.
O desafio maior é também tornar o Brasil uma potência econômica e social. E, para isso, a pesquisa agrícola assume um papel ainda mais relevante na geração de conhecimentos, tecnologias e inovações. Devemos avançar na busca de uma maior sustentabilidade das cadeias produtivas; no apoio a políticas públicas regionais; na inserção produtiva com redução da pobreza; na consolidação da posição do país na fronteira do conhecimento agrícola; e, na inserção estratégica na bioeconomia mundial.
Precisamos tornar a agricultura fator ainda mais determinante para o desenvolvimento rural e urbano do Brasil.
Dr. Édson Bolfe é pesquisador e coordenador do Sistema Agropensa / SIM-Embrapa