Com a colheita de arroz em andamento no Estado, ainda é difícil saber o tamanho exato das perdas geradas pelo excesso de chuva no início da safra. A estimativa é de uma redução de 15% da produção, com variações distintas entre a Fronteira Oeste, Campanha e Depressão Central.
- Tem produtores colhendo bem, outros muito mal. Está desparelho - aponta Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
Mas o que não deixa margem para dúvidas é a redução na rentabilidade. Embora o preço da saca de arroz tenha aumentado 15% em um ano, nem de perto acompanhou a alta dos custos, inchados pelo preço dos insumos, energia elétrica, combustíveis e mão de obra.
- Esse cenário, inevitavelmente, torna os produtores muito cautelosos em relação a investimentos - resume Dornelles.
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Apesar do receio pela baixa renda da safra neste ano, os arrozeiros irão à Não-Me-Toque em busca de tecnologia para uma cultura que requer alto grau de investimentos em máquinas e soluções para a rotação com soja e milho.
Acesso a crédito mais difícil
Produtor de arroz em Rio Pardo, Antonio Barbosa Netto Junior, 58 anos, teve toda a lavoura alagada em duas enchentes ocorridas em dezembro.
- O Jacuí encheu e represou todos os arroios. Nossa região foi uma das mais atingidas do Estado - lembra Junior, presidente da Cooperativa Agroindustrial Rio Pardo (Coparroz), do Vale do Rio Pardo.
Com 200 hectares plantados, o produtor irá começar a colheita agora em março. A expectativa é de uma produtividade de 6,5 mil quilos por hectare - o equivalente a 130 sacas por hectare, 15% a menos do que a média estadual.
A situação tem dificultado o acesso a crédito, especialmente entre os que têm a maior parte das áreas arrendadas e não têm garantias reais.