Desde antes do plantio, as enchentes já começaram a causar apreensão em produtores de arroz, pois atrasaram a entrada das semeadeiras. Nesta quarta-feira, entidades ligadas ao cultivo do grão no Estado se reuniram com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e com o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, para apresentar um relatório de perdas e pedir apoio.
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), autor do documento, calcula as perdas em 15% na produção da safra 2015/2016 devido a atraso no plantio e ao alagamento de lavouras. Veja ao lado os números sobre a região. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Henrique Dornelles, também participou do encontro, que ocorreu em Alegrete:
- Nós relatamos as perdas em função das enchentes e também os prejuízos com o aumento dos custos de produção. De concreto, o secretário concordou com a necessidade de recursos para a venda da safra, para que os preços não caiam e o produtor fique num prejuízo ainda maior - afirmou, ponderando que medidas tradicionais de ampliação de prazos de financiamentos não serão suficientes neste ano.
Na Depressão Central, que compreende Santa Maria, Restinga Seca, São Sepé, Caçapava do Sul, São Pedro do Sul, Formigueiro e Agudo, foi a mais afetada, com 51,9% da área alagada.
A Campanha, onde estão Rosário do Sul, São Gabriel, Cacequi, São Francisco de Assis e São Vicente do Sul, deve ter 15,8% de quebra. A estimativa de perda total é de 2,4%. Porém, lavouras que ainda estão embaixo dágua não tiveram as perdas avaliadas.
As condições climáticas que se seguem às chuvas, com longos períodos nublados e temperaturas mais amenas, também devem piorar a situação. Para ter boas produtividade e qualidade, a lavoura de arroz precisa de períodos mais longos de sol.