Grande parte dos mais de 5 milhões de hectares que serão cultivados com soja no Rio Grande do Sul na safra 2015/2016 deverá ser plantada agora em novembro. As condições climáticas do mês serão fundamentais para o desenvolvimento da planta no período do verão.
- É o nosso mês base de rendimento. Uma boa germinação agora garante quase 50% da colheita - aponta Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS).
Agricultores da região Noroeste aproveitaram a trégua da chuva no feriadão para adiantar os trabalhos na lavoura. Conforme a Emater, até semana passada cerca de 130 mil hectares, pouco mais de 3% do total, já havia sido semeado no Estado. A partir de agora, e à medida que o tempo colaborar, a movimentação de plantadeiras nas lavouras irá se intensificar em praticamente todas as regiões produtoras de soja.
- Precisamos que chova de forma espaçada, para que dê tempo do produtor entrar na lavoura e, ao mesmo tempo, não falte água para as plantas - completa Teixeira.
A preocupação dos produtores, no ano em que o fenômeno El Niño já mostrou forte intensidade, é com o aumento de doenças fúngicas e com a proliferação de insetos - características resultantes da combinação de umidade e calor. Quanto maior a incidência de pragas e doenças nas lavouras, aumenta a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas - fazendo subir os custos de produção.
Se a tendência histórica se repetir, o El Niño não deverá trazer problemas à safra de soja, pelo contrário, pois em anos de fenômeno a produção costuma ser cheia. Mas, em se tratando de previsões climáticas, nada pode ser dado como certo.