Na carona do Paraná, o Rio Grande do Sul deverá pedir prorrogação do prazo para preencher o Cadastro Ambiental Rural (CAR) - que termina em 5 de maio. Com apenas 0,32% das áreas cadastradas, o menor índice do país, o Estado já não vislumbra a possibilidade de concluir o cadastro até a data limite.
- Embora haja um esforço das entidades, não teremos como dar conta de tudo o que falta em pouco mais de um mês - lamenta a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, que irá sugerir o pedido de prorrogação em reunião hoje na Secretaria da Agricultura com entidades representativas do setor.
A ideia é seguir o embalo do Paraná, que solicitou a postergação na semana passada, em ofício assinado pelo governador Beto Richa e encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente. Até agora, os produtores paranaenses cadastraram 8% do total de imóveis rurais.
- Pelo menos assim não seremos o único patinho feio - disse a secretária, ao referir-se ao atraso do cadastro pelos gaúchos.
O índice inferior a 1% no Rio Grande do Sul é justificado pela indefinição sobre as regras do bioma Pampa - que não teve suas características específicas incluídas na lei do novo Código Florestal. A discordância entre o governo e as entidades fez a Federação da Agricultura (Farsul) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) orientarem seus produtores a aguardarem para fazer o cadastro.
- Já discutimos internamente a possibilidade de pedir a prorrogação também - admite Eduardo Condorelli, assessor técnico da Farsul.
As regras do bioma Pampa deverão ser definidas por meio de decreto, que segue em discussão no governo. O fato é que os produtores só se sentirão seguros a preencher o CAR quando as regras estiverem bem claras.