Filha de produtores familiares, Ledi Maggioni, 47 anos, cresceu em meio às lavouras de fumo na região do Vale do Rio Pardo. Quando se casou, só mudou o endereço da atividade: passou a trabalhar com o marido Arno Maggioni, 53 anos, também fumicultor.
Com dois hectares de tabaco plantados no interior de Venâncio Aires, a família tinha no fumo a única fonte de renda até pouco mais de um ano, quando Ledi decidiu apostar em um sonho antigo: abrir uma agroindústria de panificados.
Mãos suadas e folhas verdes formam combinação perigosa no cultivo no tabaco
Setor aguarda certificação que deve valorizar tabaco brasileiro no Exterior
Agricultores reduzem dependência do tabaco, mas cultura ainda tem os maiores ganhos
Boa renda estimula permanência no plantio do fumo
Antes de formalizar o negócio, fazia pequenas encomendas de cucas, pães, pizzas e bolachas. Com financiamento do Programa Nacional da Agricultura Familiar, investiu R$ 45 mil na estrutura e R$ 35 mil em uma caminhonete para fazer as entregas.
A produção de Ledi, cuja marca leva seu nome, é vendida em escolas públicas (por meio de programas do governo), feiras e mercados da cidade.
- Não queria trabalhar a vida toda com fumo, pensava que essa não poderia ser a única opção. Se as vendas continuarem como estão, vou antecipar o pagamento do financiamento - diz a produtora, que precisou plantar quatro hectares de trigo para se enquadrar no programa.
Com cursos de panificação e confeitaria, está sempre testando receitas com produtos cultivados na propriedade, como nozes, uva e moranguinho - todos orgânicos. O entusiamo contagia o marido, que já pensa em abandonar o plantio de fumo quando a agroindústria render mais do que a lavoura. Hoje, os negócios estão quase empatados.
- Vou virar ajudante dela - brinca Maggioni, que fatura R$ 25 mil anuais com o fumo, sem contar a renda obtida com os peixes criados em três açudes.
Veja porque a família Rippel decidu seguir com o tabaco