Diante do pouco tempo que resta e do tamanho da área que ainda falta, a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS) irá solicitar ao Ministério da Agricultura a ampliação do calendário de plantio no Rio Grande do Sul. No cronograma oficial, o período recomendado termina no sábado, dia 15.
Pelo último boletim do Instituto Rio Grandense do Arroz, do dia 7 de novembro, só 55,39% do total a ser cultivado com o grão - o que equivale a 618,07 mil hectares - havia sido semeado. Fora do calendário de zoneamento agrícola de risco climático, o produtor fica abandonado à própria sorte em caso de intempéries. Daí a iniciativa da entidade, um recurso para garantir a cobertura do seguro agrícola.
- Mais de 20% da área terá de ser plantada fora do período ideal. Vamos fazer o pedido de ampliação - explica Henrique Dornelles, presidente da Federarroz-RS.
No ano passado, o excesso de chuva também fez com que o calendário de semeadura tivesse de ser espichado. O pedido é para que a janela fique aberta até 15 de dezembro.
De qualquer forma, o atraso no plantio imposto pelo excesso de chuva e umidade no atual ciclo vai impor um ritmo diferente ao produtor, que terá de acumular procedimentos a serem realizados na lavoura.
Ainda é cedo para falar dos efeitos no volume final da produção gaúcha. Para Dornelles, as atuais circunstâncias terão impacto sobre o rendimento, estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 7,65 mil quilos por hectare:
- A cada dia de atraso, se perdem alguns quilos por hectare. Também se fica mais dependente do clima.
Qualquer alteração significativa nas lavouras gaúchas mexe com o país como um todo. O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de arroz, com mais de 65% do volume total do grão.