O tradicional dourado das lavouras de trigo no Noroeste, maior região tritícola do Estado com 280 mil hectares cultivados, deu lugar a um amarelo palha, diferente do tom da safra passada. O aspecto das plantas é resultado da ação de fungos como brusone e giberela - surgidos com a combinação de chuva frequente e altas temperaturas.
As doenças ameaçam o volume e a qualidade do grão, que começou a ser colhido na região de Santa Rosa.
- A produtividade será bem menor do que a projeção inicial, de 2,7 mil quilos por hectare - aponta Claudio
Dóro, agrônomo da Emater de Passo Fundo, região onde 50% das lavouras foram atingidas por fungos e o restante está na dependência do clima das próximas semanas.
Sem seguro agrícola, que não cobre prejuízos por doenças, os produtores terão pela frente um mercado com preços abaixo dos do ano passado. Se o grão não alcançar a qualidade tipo 1, classe pão, a perda será maior.
- Dependendo da qualidade do grão, nem o governo poderá comprar - alerta o coordenador da Câmara Setorial do Trigo do Estado, Aureo Mesquita, que estará reunido amanhã com produtores em Santa Rosa.