Coordenador da negociação aberta com o objetivo de manter o frigorífico da Marfrig em Alegrete funcionando, o secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik diz que o processo está andando bem. Dois pedidos "macro" feitos pela empresa estão sendo analisados.
Um refere-se a linhas de financiamento do Banrisul e já está sendo resolvido, segundo o secretário. O outro, da área fiscal, foi direcionado à Secretaria da Fazenda.
Sem detalhar a solicitação feita, Knijnik acredita ser possível chegar a um entendimento em curto espaço de tempo:
- Não existe prazo. Mas será rápido.
A abertura da negociação reverteu, no último dia 29, a decisão da Marfrig de suspender temporariamente as atividades do frigorífico em Alegrete, onde trabalham 680 pessoas.
Na próxima terça-feira, a empresa tem encontro marcado com representantes do Sindicato Rural de Alegrete, grupo com o qual já havia se reunido durante a Expointer, em Esteio.
Em discussão, a questão da disponibilidade de gado, apontada como um dos fatores que pesaram na decisão de paralisar a atividade. Além disso, há a questão da rastreabilidade do rebanho e venda de terneiros para a terminação em outros Estados.
- Se bateu muito nesta questão da oferta. Queremos saber o que realmente querem - diz Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete.
A indústria também precisará fazer o dever de casa e entender o motivo pelo qual a maior parte da matéria-prima tem migrado para outros destinos. Segundo o sindicato, das 90 mil cabeças de gado gordo colocadas à disposição anualmente por produtores, 60 mil vão para fora do município da Fronteira Oeste e 30 mil são absorvidas pela Marfrig.
- Se tiver preço, o produtor vende aqui - entende Piffero.
De fato, não há negociação que consiga revogar a lei da oferta e de procura.