Está indo para o Uruguai - um dos maiores exportadores de leite e derivados da América do Sul e reconhecido pela qualidade - uma tecnologia gaúcha para controle do bem-estar de rebanhos bovinos. Interessados na coleira para vacas desenvolvida por dois irmãos de Santa Maria, pecuaristas do país vizinho devem estreitar em breve os laços com Chip Inside, fabricante da C-Tech.
Com um chip, a coleira para controle animal foi apresentada comercialmente na Expointer deste ano pela primeira vez. O equipamento chamou a atenção por monitorar o conforto e possíveis problemas em vacas leiteiras ao quantificar o tempo de ruminação e de movimentação de cada uma. A ferramenta detecta, ainda, a ocorrência de cio, o que ajuda o produtor a ampliar a produtividade do rebanho Com a demanda aberta pelos visitantes do Mercosul em Esteio, o diretor-executivo da empresa, Thiago Martins, viaja para o Uruguai nos próximos meses para acertar as condições de exportação.
Leia todas as notícias de Zero Hora
- Pretendíamos ir para o mercado uruguaio somente após o segundo semestre de 2015. Com a demanda apresentada na feira, estamos estudando a possibilidade de anteciparmos essa meta e entrar nesse mercado em três meses - comemora Martins.
Na Expointer de 2013, a Chip Inside havia apresentado a coleira ainda em fase final de desenvolvimento, o que impossibilitou as vendas. Mas foi dos contatos feitos naquele ano que veio o primeiro cliente. Nos próximos dias, outros dois produtores do Rio Grande do Sul, um deles com animais campeões da Expoleite-Fenasul (realizada em maio), também receberão os chips.
- Em geral, nos procuram aqueles criadores que já têm preocupação com a produtividade. Eles percebem que, cada vez mais, será necessário melhorar o sistema produtivo com a inserção de novas tecnologias. Além disso, o mercado exige mais controle sobre os níveis de conforto e bem- estar dos animais, o que interfere na qualidade do leite - complementa Martins.
Como funciona o equipamento
As medições
O dispositivo fica preso ao pescoço do animal por uma coleira e registra, ao longo do dia, quanto tempo a vaca rumina, fica em atividade ou parada. As informações são armazenadas até que vá para o local de ordenha, onde é instalado um portal com antenas que captam esses dados.
A análise
As informações são organizados por um software que individualiza padrões de comportamento. Se o animal apresentar menor atividade e menos ruminação, isso pode ser sinal de desconforto, provocado pelos primeiros sintomas de alguma doença, por exemplo, ou ferimento no casco.
EstÍmulo à prevenção
Sem acompanhamento individualizado, algumas doenças podem ser percebidas apenas em estágio já avançado. Como a informação é captada por animal, o produtor sabe que determinada vaca rumina, por exemplo, oito horas por dia, em média. Se passou para sete horas, é necessário acompanhar. É provável que, no dia seguinte, rumine ainda menos, o que reduz a produção e afeta a saúde do animal.
Mais precisão
Ao combinar análise de movimentação da vaca com a do nível de ruminação, a C-Tech indica o período de cio com 90% certeza, segundo a fabricante. Equipamentos semelhantes produzidos em outros países, de acordo com a Chip Inside, indicariam cio com entre 78% a 80% de exatidão.