Ainda não saiu o comunicado oficial da defesa sanitária chinesa, mas a garantia dada pelo presidente chinês Xi Jinping à presidente Dilma Rousseff fez com que o Ministério da Agricultura confirmasse nesta quinta-feira o fim do embargo imposto à carne bovina brasileira.
As restrições já duravam quase dois anos e a retomada é esperada ainda para 2014.
O desfecho era aguardado com ansiedade pelo setor e irá consolidar a posição brasileira no Exterior. A injeção de ânimo vem da expectativa de venda: entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão no próximo ano, conforme o ministro Neri Geller.
Outra dado importante vem da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Nos próximos 10 anos a Ásia, em especial a China, será responsável por 56% do aumento da demanda por proteína animal em todo o mundo.
Neste momento, a retomada brasileira poderá ser desfrutada por oito frigoríficos que têm habilitação para exportar ao país asiático. Outras nove unidades ainda deverão ser credenciadas para isso.
Em 2012, até o momento do embargo, os chineses haviam comprado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), um total de US$ 74,19 milhões em carne bovina brasileira.
As restrições vieram depois da comunicação de caso de vaca louca registrado no Paraná em 2010. O episódio foi considerado atípico, ou seja, o animal não morreu devido à doença.
Mas nem mesmo a manutenção do status de risco insignificante para a enfermidade, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal, havia convencido os chineses a mudarem de ideia.
Agora, com a possibilidade de retomar os embarques à China, iniciados em 2009, o Brasil se reforça como grande exportador de carne bovina. Deve fechar o ano com US$ 8 bilhões vendidos ao mercado externo.