Com o fim do prazo legal previsto em decreto - dois anos prorrogáveis por mais dois -, o Brasil precisou trazer para casa sete adidos agrícolas que mantinha no Exterior. O processo de escolha dos sucessores, segundo o Ministério da Agricultura, já está na última etapa e depende agora só da designação final da presidente Dilma Rousseff.
Leia todas as notícias de Zero Hora
Mas como ainda não há previsão de quando isso irá ocorrer, por ora as cadeiras estão vagas. Esses representantes são, necessariamente, funcionários de carreira do Ministério da Agricultura e com atuação compatível com o cargo.
Sim, é verdade que as representações diplomáticas estão cobrindo essa demanda, temporariamente. Mas a ausência de um nome de referência para as negociações do setor preocupa.
Principalmente porque os que tiveram de voltar agora estavam em países de grande relevância para o agronegócio brasileiro: Estados Unidos, Rússia, Argentina, Bélgica, Suíça, África do Sul e Japão.
Os russos, por exemplo, são uma verdadeira pedra no sapato das exportações, principalmente de carne suína. Os americanos estão em pleno processo de consulta pública para abertura de mercado à carne bovina brasileira.
- É péssimo ficar sem eles. Sabem com quem falar e a hora certa. Mandei um ofício e falei pessoalmente com o ministro Neri Geller (da Agricultura) - diz Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a indústria de aves e de suínos.
Para Turra, além de Moscou, outro local em que o representante faz falta é Bruxelas, centro nervoso da comissão europeia, que cuida dos interesses dos países do bloco.
Geller garantiu ao presidente da ABPA que os adidos que retornaram poderão continuar se dedicando aos assuntos que vinham tocando, mas daqui.
A preocupação faz sentido.
Os adidos são especialistas em negociações agropecuárias no Exterior. E sem um vigilante a postos, sempre há risco de alguém querer ocupar o lugar do Brasil.