Quem procura, acha. A lógica tem servido como argumento frente à descoberta de novas fraudes do leite. Sim, é provável que em outros rincões do Brasil, onde a indústria de leite não é tão fiscalizada como aqui, existam situações muito piores do que as verificadas nas ações do Ministério Público Estadual (MPE) no Rio Grande do Sul.
Mas a fiscalização não pode ser encarada como problema, pelo contrário. Tem de ser intepretada como ferramenta cujo objetivo é garantir a segurança do produto ao consumidor. Quem faz o dever de casa não tem com que se preocupar. Nosso comparativo tem de ser com o que há de melhor, e com não o que possivelmente exista de pior.
Já se sabe que novas operações virão. E os efeitos das que já foram realizadas seguem aparecendo. Nesta quarta-feira, o MPE recebeu comunicado do Ministério da Agricultura sobre pedido de recall de três lotes de leite UHT da Pavlat (13F4, 12E2, 10E4) e de três derivados da Hollmann (ricota fresca lotes 112,105, ricota fresca temperada, lote 119, e nata, lote 126). A razão é a existência de laudos fora do padrão microbiológico. Ou seja, fora do permitido para o consumo, mas não decorrente de fraude. Pode ser problema causado por falhas na armazenagem, por exemplo.
A Pavlat informou que os produtos em questão foram processados no dia 6 de maio - dois dias antes da operação - e não chegaram a ir para o mercado. A unidade saiu na terça-feira do regime especial de fiscalização do SIF, "após mais de 400 laudos de análise onde não foram encontradas irregularidades no leite recebido e processado", diz a nota.
Os advogados da Hollmann afirmaram que a empresa não foi oficialmente notificada do recall e que também saiu - no último dia 29 - do regime especial de fiscalização a que foi submetida após a operação.