Com a nova safra de trigo no horizonte gaúcho, a preocupação em garantir espaço ao nosso produto no mercado nacional faz com que um pedido ganhe força. Produtores tentam convencer o governo federal a não reeditar medida que, no ano passado, isentou a cobrança da Tarifa Externa Comum. A alíquota de 10% é cobrada para importação do cereal de países de fora do Mercosul.
O assunto está na pauta de reunião marcada para hoje entre o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Carlos Sperotto, e o ministro da Agricultura, Neri Geller, em Brasília. Ontem, o titular da pasta ouviu o mesmo pedido da Câmara Setorial do Trigo, durante passagem pelo Estado. Há ainda a solicitação para estoque regulador de 700 mil toneladas e Prêmio Para Escoamento de Produto para 1,5 milhão de toneladas.
- Se as perspectivas se confirmarem, teremos a maior safra de trigo do país neste ano - reforça Claudio Fioreze, secretário da Agricultura.
Ou seja, com produto brasileiro disponível, o entendimento é de que não existem razões para isentar a cobrança da tarifa novamente, como foi feito no ano passado.
O contexto à época era diferente, com escassez de oferta, inclusive de tradicionais fornecedores externos, caso da Argentina. Como ainda precisamos trazer de fora entre 6 milhões e 7 milhões de toneladas para atender nossa demanda interna, a medida foi autorizada.
Agora, o cenário é outro. O Rio Grande do Sul produziu no inverno passado safra recorde de 3,36 milhões de toneladas. Vendeu até o momento, segundo dados da Secretaria da Agricultura, 2,51 milhões de toneladas.
A previsão é de que até outubro serão vendidas mais 585 mil toneladas, o que deixaria saldo de 265 mil toneladas.
Outra esperança é a de que o governo faça novo reajuste do preço mínimo do trigo, já que o concedido em março não era o esperado.
- É uma missão árdua - reconhece o presidente da Farsul.