Há muito sonhada - e pedida - pela indústria, a medida a ser confirmada nesta quarta-feira pelo Palácio do Planalto para aumentar o percentual de biodiesel adicionado ao diesel tem no efeito moral seu principal impacto. Ao permitir o avanço de dois pontos percentuais, dos atuais 5% para 7% na mistura, a mensagem enviada pelo governo é que o assunto voltou a ser tratado como prioridade.
- O movimento coloca o biodiesel de volta à agenda do país. Para nós, esse é o ponto importante - avalia Erasmo Carlos Battistella, presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio).
No primeiro momento, o resultado deve aparecer na produção da matéria-prima. Ainda é cedo para prever nova onda de investimentos na indústria. Isso dependeria, entendem especialistas do setor, de avanço ainda maior do percentual. A Aprobio trabalha com uma proposta de se chegar a 15% em um período de 15 anos.
Criado em 2004 pelo próprio governo federal, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel veio como uma forma de incentivar o desenvolvimento do setor. A eficiência da resposta foi maior do que a prevista.
A meta para se chegar ao percentual atual foi alcançada três anos antes do prazo. E desde então travou-se uma batalha para que esse limite fosse ampliado, sob pena de emperrar avanços.
Os gaúchos estão entre os grandes beneficiados em qualquer evolução a ser feita na produção do biodiesel, já que figura entre os gigantes da produção nacional do biocombustível, 2,91 bilhões de litros em 2013 no país.
Conforme dados de abril da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Rio Grande do Sul tem nove usinas, com capacidade total autorizada de produção de 2,04 bilhões de litros por ano.
Mas, em 2013, encerrou com produção bem abaixo do potencial: 883 milhões de litros. Ou seja: há espaço a ser ocupado pelo biocombustível no Estado.