Por enquanto, são apenas mudas. Mas em um futuro próximo, dois anos e meio, o Brasil terá a primeira produção de laranjas transgênicas. O trabalho, que vem sendo desenvolvido pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) sob coordenação do cientista Leandro Peña, busca uma fruta resistente a pragas. Esse primeiro projeto tem como foco a pinta preta e a mosca-da-fruta.
Ao todo, 650 mudas transgênicas foram plantadas em uma propriedade de Ibaté, em São Paulo. A experiência de agora é inédita porque englobará o ciclo completo da laranja - pesquisas anteriores não permitiam o florescimento e a frutificação das árvores -, o que foi possível com autorização concedida em maio do ano passado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança.
- Isso é muito importante, porque a pinta preta é uma doença que aparece no fruto - explica Juliano Ayres, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Fundecitrus.
O resultado final da pesquisa levará um pouco mais tempo para ser conhecido e Ayres não estima prazo para que a laranja transgênica esteja disponível no mercado. Nos últimos três anos, o Fundecitrus, investiu R$ 10 milhões em projetos na área de biotecnologia. O fundo, mantido pelo setor privado, tem orçamento anual de R$ 15 milhões.