Com custos em alta, preço da celulose em baixa e sem o mesmo número de indústrias que esperavam contar para o processamento no Estado, produtores gaúchos estão procurando mercado para vender a madeira que plantaram. Apesar de a alta no custo dos insumos ser uma questão nacional, como alerta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em estudo sobre o setor de florestamento, o caso no Rio Grande do Sul é pior do que no restante do país, avalia Ivo Lessa, assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado (Farsul). Entre novembro de 2008 e novembro deste ano, a celulose teve elevação de preço de 14%, ante alta de cerca 25% nos custos.
- Temos uma extensa área com madeira pronta para uso no Rio Grande do Sul, mas perdemos pelo menos duas empresas que deveriam se instalar aqui, foram para outros locais e nós ficamos com o produto na terra - diz Lessa.
O assessor da Farsul explica que, como a Fibria optou por se instalar no Mato Grosso do Sul e a Stora Enso escolheu ficar apenas no Uruguai - em vez de investir no Rio Grande do Sul, como era esperado de ambas - a entidade deve reforçar em 2014 a busca por novos setores para a madeira de florestamento.
A tendência é ampliar negócios com a indústria moveleira, principalmente.
Apesar desse cenário, o setor exibe bons resultados, de acordo com o estudo da CNA. A produtividade, que já foi de 10 metros cúbicos por hectare ao ano, subiu para 40 metros cúbicos nos últimos anos. E graças a isso que o setor segue economicamente viável.
Ainda de acordo com o estudo da CNA, as plantações florestais, ao contrário das culturas agrícolas, são pouco atacadas por pragas e doenças graças ao melhoramento genético obtendo clones resistentes a diversas pragas e doenças. Outra boa notícia vem do Centro de Inteligência em Florestas que, em sua análise conjuntural lançada em novembro, aponta boas perspectivas de recuperação dos negócios do setor para o próximo ano.