Desde setembro se intensifica o número de remates de gado no Estado, na chamada temporada de primavera. Diretamente, são muitos os milhões de reais envolvidos na compra e na venda de gado. No ano passado, foram R$ 30 milhões apenas com a venda de 4.470 touros, sem contar milhares de vaquilhonas, terneiros e terneiras negociados no período. Neste ano, calcula o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler), Jarbas Knorr, os ganhos são ainda melhores.
- O valor médio dos animais nos primeiros leilões está entre 15% e 20% maior. Estão indo para as pistas animais de maior qualidade e os produtores estão capitalizados pela soja e financiando eles mesmos as vendas, o que estimula a compra - avalia Knorr.
De acordo com dados do Sindicato Rural de Uruguaiana, até agora, os principais remates da cidade já ultrapassaram R$ 7 milhões. E as cifras milionários são registradas em diferentes regiões. Em Dom Pedrito, no sábado, o 41º Remate Guatambu, Alvorada e Caty faturou R$ 1,3 milhão. Na feira de terneiros de Lavras do Sul, onde foram ofertados, também no sábado, 1,8 mil terneiros, todos foram vendidos, a um preço médio de R$ 807 (alcançado quase R$ 1,5 milhão). E em novembro haverá novo remate, com igual número de animais e visitantes, espera o presidente do Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte da cidade, Ângelo Etchichury.
- O leilão movimentou a região como um todo. Tinha criador de São Sepé, Bagé, Dom Pedrito, Caçapava do Sul e outras cidades - comemora Etchichury.
É por todo esse fluxo de animais e criadores que, por mais que se some até mesmo cada pequena venda, o valor ainda seria aquém do que geram as pistas e os negócios fora das porteiras. No entorno, há ganhos para o setor de transporte, de trabalho temporário e à hotelaria.
- É visível essa circulação de pessoas promovida pelos leilões. Vem muita gente de fora, a partir de setembro, em busca de animais e de genética. Em alguns hotéis, nos dias de remate, os pecuaristas chegam a representar 30% da ocupação - calcula Édson Mainardi, presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Uruguaiana.
Vale lembrar que a temporada está só começando. Até dezembro ainda haverá muito gado em pista, hotéis ocupados, animais transportados e leiloeiros batendo martelo sobretudo em cidades da Fronteira Oeste, da Campanha e da Metade Sul.