Com a elevação do preço do quilo da erva-mate para o consumidor, a necessidade de ampliar a oferta ou seja, de aumentar a produção no Estado ficou evidente. E tornou ainda mais urgente a colocação em prática do plano elaborado para o desenvolvimento do setor, que inclui um fundo público, o Fundomate, e um instituto privado, o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate).
O fundo, cuja lei de criação foi aprovada no final do ano passado, deve contar com receita anual de R$ 3,5 milhões, a ser composta meio a meio pela indústria e pelo Estado.
A cobrança da taxa começa a ser aplicada a partir do próximo mês. Na prática, porém, os recursos previstos para o ano só deverão ser atingidos em sua totalidade em 2014.
Para evitar que projetos do Ibramate, para onde irá 85% do valor arrecadado, fiquem parados, o governo decidiu fazer um adiantamento. Conforme o secretário-adjunto da Agricultura, Claudio Fioreze, até o final do ano, serão liberados R$ 500 mil. Enquanto isso, um programa de desenvolvimento para o setor é costurado pela câmera setorial e tem como referência o modelo desenvolvido na chamada região do Alto Taquari do Estado, onde a produção de erva-mate tem a marca da sustentabilidade.
- Acho que vai se traduzir em uma maior produção dentro de quatro, cinco anos - projeta Fioreze.
Até porque, a erva-mate leva em torno de seis anos para produzir de forma viável. Outra grande meta será avançar na certificação - atualmente, apenas cinco marcas têm.
Valdir Zonin, coordenador técnico da câmara setorial da erva-mate e secretário-executivo do Fundomate, que realiza levantamento sobre a evolução dos preços nos últimos 10 anos, acha importante lembrar que, "durante muito tempo, o valor se manteve defasado, em torno de R$ 3, R$ 4". Como resultado, o produtor se viu desestimulado e abandonou a cultura, na maioria dos casos, para a valorizada soja.
- Agora, está faltando erva-mate. Qual a solução? Existe solução a curto prazo? - provoca.