O cooperativismo tem uma história antiga no Brasil. Essa cultura começou a ser aplicada por aqui com o Movimento Cooperativista Brasileiro, no século 19, que nasceu em Ouro Preto (MG) e logo se difundiu para outros estados, como o Rio Grande do Sul.
O sistema foi disseminado no País pelos imigrantes alemães e italianos, que trouxeram para cá a bagagem cultural de atividades familiares comunitárias que, unidas ao trabalho associativo, ajudaram a propagar seu estilo de vida. Com o tempo, foram criadas mais cooperativas, que auxiliaram os produtores a venderem entre si e não ficarem reféns da cadeia macroeconômica.
Hoje, as cooperativas exercem papel fundamental no meio rural e durante a pandemia de Covid-19, tiveram crescimento considerável. Em 2020, segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2021, lançado pelo Sistema OCB, o número de cooperados passou de 15,5 milhões (em 2019) para 17,2 milhões – um aumento de 11%. Além disso, foram geradas oportunidades profissionais com o emprego de mais de 28 mil pessoas.
No mercado desde 1957, a Cotrijal, com sede em Não-Me-Toque, é uma dessas cooperativas que construiu uma história de crescimento. Recentemente, incorporou uma cooperativa do mesmo ramo, a Coagrisol, de Soledade, ampliando sua presença no Rio Grande do Sul de 35 para 53 municípios.
– A decisão é um marco histórico para o cooperativismo gaúcho e brasileiro. Reflete o verdadeiro espírito cooperativo, em que a união gera soluções e oportunidades. É uma aliança na qual todos ganham. A organização consegue crescer em escala e, quando se tem essa proporção, há mais oportunidades de mercado, seja na compra de grãos, seja na venda de insumos e em outras áreas. Isso gera também oportunidades de crescimento, incluindo industrialização – explica o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
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Aliança promissora
A decisão da Cotrijal de incorporar a cooperativa de Soledade passou por um longo planejamento. Em agosto de 2021, as duas cooperativas já estavam em contato, por meio de um projeto de intercooperação. Durante esse processo, as equipes compartilharam estratégias de atuação no mercado, em negócios, tecnologias e conhecimento, com intuito de potencializar o desempenho de ambas as organizações.
Com o sucesso dos procedimentos, foi realizado um estudo de viabilidade, conduzido por uma auditoria externa, que identificou que a união era o melhor caminho. Em dezembro do ano passado, a Coagrisol levou a questão para seus associados, durante reuniões realizadas na comunidade. Após discussões, as cooperativas fizeram assembleias gerais extraordinárias, nas quais o início do processo de incorporação foi aceito.
Força do cooperativismo
A união fortalece as duas cooperativas e beneficia de forma direta os mais de 18 mil associados. Com a incorporação, a Cotrijal passa a ter 2,7 mil funcionários, 82 unidades com estrutura de armazenagem de 1,148 milhão de toneladas, 33 lojas e 15 supermercados, em 53 municípios.
– A cooperativa existe em função do associado. Com a união, conseguiremos gerar mais benefícios a eles, mantendo a solidez da organização e ampliando possibilidades de negócios – afirma o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder.
Além disso, a Cotrijal espera acentuar ainda mais a curva de crescimento com base em agilidade e segurança nas decisões, pautada pela boa governança e eficiência operacional. Essa estruturação permite à cooperativa olhar à frente e planejar ações mais verticais de produção, iniciando a fase de industrialização em um futuro próximo. Em 2021, o faturamento foi de R$ 4,33 bilhões.
– A Cotrijal tem focado a profissionalização da gestão, baseada no planejamento estratégico. Com a incorporação, somam-se as experiências de cada cooperativa em diversas áreas, mantendo o ideal de profissionalização – explica Schroeder.
Ao mesmo tempo em que a união fortalece o cooperativismo, aumenta também a responsabilidade em manter a credibilidade da organização. A Cotrijal tem 64 anos de história, o que gera respeito a todo o trabalho feito pelos produtores e pela cooperativa de Soledade.
– É um momento divisor de águas e exemplo ao cooperativismo gaúcho, pois há mais de 20 anos não ocorria uma incorporação. Precisamos pensar no futuro da cooperativa. Essa decisão vai gerar bons frutos para os associados de hoje e, também, para as futuras gerações – conclui Manica.
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