O último mês de 2024 será de calorão e pouca chuva para os gaúchos. De acordo com meteorologistas ouvidos pela reportagem, após o temporal previsto para o início de dezembro, haverá poucos momentos de instabilidade nas próximas semanas.
Segundo o meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno La Niña não deve ser predominante no mês de dezembro, como ocorreu em anos anteriores.
— Se ocorrer incidência de La Niña, será de curta duração e pouca intensidade. Verificamos que as chances de ocorrência do fenômeno diminuíram — afirma o especialista.
Com isso, os padrões atmosféricos ficam menos previsíveis. Mas, no geral, será um mês predominantemente quente, com a chegada do verão no dia 21 de dezembro. Em Porto Alegre e na Região Metropolitana, em média, a temperatura deve ficar entre 20 e 30º C, podendo subir um pouco mais.
Já no Interior, os termômetros devem marcar mínima de 18º C e máxima de 32º C, principalmente em áreas mais ao Noroeste do Estado, como Uruguaiana e São Luiz Gonzaga. Eventualmente, pode haver dias mais quentes, com a máxima se aproximando dos 40º C. Exceto no início do mês.
— Chama atenção que nessa primeira semana, por conta do tempo instável, com a frente fria, as temperaturas ficam bem variáveis — afirma Schneider.
Chuvas irregulares
Conforme o meteorologista Daniel Caetano, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de maneira geral, as chuvas serão mal distribuídas ao longo do mês, com poucos dias de instabilidade, mas com a possibilidade de volumes altos.
— Pode haver alguns eventos pontuais de chuva forte por um ou dois dias, gerando volume acima da média em pontos específicos do Estado. Não descartamos que ocorram outros temporais, mas não será o cenário geral do RS neste mês — explica.
Com as pancadas de chuva, haverá períodos mais úmidos intercalados com momentos mais secos. Por isso, a estiagem não deve ser uma preocupação no mês de dezembro. O meteorologista frisa que é importante verificar a previsão do tempo diariamente, por ser um período mais difícil de prever a longo prazo, sem o La Niña.
Devem ser registradas chuvas mais volumosas nas regiões Noroeste, na Região Metropolitana e na faixa Central do Estado, que costumam ter maior nível de precipitação nessa época do ano. Na região da Campanha e no Extremo Sul, são esperados eventos de chuva menos intensa.
Mês inicia com temporal
O mês começa com um forte temporal que deve atingir todo o Estado a partir deste domingo (1º), por conta da formação de um ciclone extratropical próximo à costa do Rio Grande do Sul, que rapidamente se desloca para o oceano Atlântico. Com isso, é gerada uma frente fria, que deve trazer raios, granizo e vento forte, além da chuva.
As rajadas de vento podem chegar a 100 km/h na noite de domingo, com expectativa de acumulado de chuva de até 100 milímetros em poucas horas. A boa notícia é que o evento deve durar pouco – na manhã de segunda-feira (2) o tempo já deve ficar estável e seco em todo o Estado. Portanto, depois da chuva, a primeira semana do mês terá sol e temperaturas amenas.