Com o avanço de uma frente fria vinda da Argentina, a instabilidade se alastrou pelo Rio Grande do Sul desde o início da semana. Junto com a chuvarada, vieram os raios. Foram 407 registrados pelo Observatório Espacial Heller & Jung, em Taquara, no Vale do Paranhana, entre a tarde e noite de terça-feira (1º), apenas nos Vales e Região Metropolitana.
O relógio marcava 17h17min42s quando o primeiro raio foi registrado pelo Observatório. Em tons de rosa, o clarão cortou o céu de áreas dos Vales e da Região Metropolitana. Nas horas seguintes foram mais 406 registros, conforme o professor Carlos Fernando Jung, um dos coordenadores do Observatório Espacial em Taquara.
O tempo instável e com grande volume de chuva no Rio Grande do Sul é resultado de um bloqueio atmosférico que impede o avanço das frentes frias para outras regiões do Brasil. Meteorologista da Climatempo, Murilo Machado Lopes explica que a massa de ar quente que sopra do norte do país encontra o ar gelado no Rio Grande do Sul e favorece a formação de nuvens com volume excessivo de água.
Entre as manhãs de terça e quarta-feira (2), choveu 33.4 milímetros em Porto Alegre. Em Campo Bom, no Vale do Sinos, o volume registrado no mesmo período foi de 47mm. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu quatro alertas de temporais, ventania e raios para o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (30).
Em Taquara, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos indica 22mm de chuva no período entre a meia-noite de terça-feira e às 8h desta quarta-feira. Durante o decorrer do dia, a chuvarada deve afetar áreas das Missões, Vales, Serra, Litoral Norte, Região Norte, Noroeste e Porto Alegre.