A 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) da ONU segue até o dia 1º de novembro. Mas a ministra do Ambiente da Colômbia, país anfitrião, antecipou que o evento realizado em Cali faz "grandes progressos" no objetivo de deter e reverter a perda de espécies até 2030.
Sob o lema "Paz com a natureza", a cúpula tem a tarefa urgente de conceber mecanismos de acompanhamento e financiamento para alcançar os 23 objetivos de proteção da natureza da ONU. Eles foram acordados há dois anos, no Canadá.
A mobilização de recursos continua sendo "um dos temas mais difíceis", assegurou Susana Muhamad. Isto ocorre "devido às opiniões tão diferentes das partes", segundo ela.
— Estamos vendo grandes progressos nas negociações. Avançamos em muitíssimas tarefas — acrescentou Susana.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já tinha provocado os 196 signatários da Convenção sobre a Biodiversidade a "passarem das palavras aos atos" e incrementarem o Fundo Global para a Biodiversidade (GBFF), criado no ano passado para cumprir os objetivos da ONU.
Até agora, os países se comprometeram a aportar cerca de 250 milhões de dólares (cerca de R$ 1,4 bilhão na cotação atual) para o fundo, segundo agências que supervisionam o processo. Um objetivos da COP de Cali é acordar um mecanismo para compartilhar os lucros com a informação genética extraída de plantas e animais - para uso medicinal, por exemplo - com as comunidades de onde procedem.
Perda acelerada da biodiversidade
Aproximadamente 23 mil delegados, entre eles 180 ministros de governo e uma dúzia de chefes de Estado, estão credenciados na maior COP sobre biodiversidade da história. Com cerca de 1 milhão de espécies conhecidas em todo o mundo correndo risco de extinção, os delegados têm muito trabalho pela frente.
Restam apenas cinco anos para cumprir a meta de proteger 30% das áreas terrestres e marinhas do planeta até 2030.
— A razão pela qual estamos aqui hoje é porque compreendemos que estamos perdendo biodiversidade em uma velocidade insustentável — declarou Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.