Fuligem dos incêndios caiu sobre São Paulo na tarde de quarta-feira (11). Fenômeno seco foi presenciado por meteorologista da Climatempo, no fim da tarde, na zona oeste da capital paulista.
"Queda de fuligem é o nome correto, floquinhos fuligem, já que chuva é água líquida. As crianças que estavam brincando na rua viraram a palma da mão para cima para tentar pegar os floquinhos escuros", diz trecho de nota da Climatempo, assinada pela meteorologista José Pegorim, que definiu o evento como "algo inusitado".
A queda de fuligem é como uma "chuva seca", mas sem presença de água, quando vestígios das queimadas caem da atmosfera em direção ao solo. Fenômeno é diferente da chuva preta, que ocorre quando partículas de fuligem participam da condensação do vapor d'água, registrada no Rio Grande do Sul nos últimos dias. A fuligem vem da fumaça que encobre boa parte dos Estados brasileiros – inclusive o Rio Grande do Sul. A pluma circula na atmosfera, em uma altitude próxima dos 1.500 metros.
— A queda de fuligem é seca, a chuva preta é com água. Essa queda da fuligem ocorre pela alta concentração de fumaça e fuligem na atmosfera — explicou o meteorologista Guilherme Borges, da Climatempo.
Devido à grande concentração de fumaça concentrada sobre a atmosfera, presente em vários Estados, o fenômeno pode ser registrado em outros locais – inclusive no Rio Grande do Sul. Segundo a Climatempo, a queda de fuligem pode ser mais frequente no interior paulista, onde a quantidade de focos de incêndio e fumaça é maior do que em São Paulo.
Chuva preta
Na terça-feira (10), moradores dos municípios gaúchos de Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte relataram a ocorrência de outro fenômeno: a chuva preta, que ocorre quando gotas de chuva transportam a fuligem ao solo e só pode ser vista quando há acúmulo de água em algum recipiente.
— No momento que se forma a nebulosidade, o vapor d’água que se forma dentro da nuvem acaba se formando ao redor dessas partículas de fuligem. A nuvem acaba se formando toda contaminada por essas partículas de fuligem. E, se ocorre chuva, a partícula é trazida até a superfície — resume.
* Produção: Lucas de Oliveira