Em meio à estiagem, ao calor extremo e aos incêndios que afetam pelo menos 34 cidades no interior de São Paulo, o estado registrou entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23) um total de 2.316 focos de incêndio. Esse número é quase sete vezes maior do que o total registrado em todo o mês de agosto do ano passado, que foi de 352 incidentes. Informações do Portal g1.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os dados colocam São Paulo no topo da lista nacional de incêndios no final desta semana, superando inclusive estados da Amazônia Legal, que enfrentam uma temporada recorde de queimadas, com fumaça alcançando até 10 estados, incluindo São Paulo e o Rio Grande do Sul.
Os dados são fornecidos pelo Programa BDQueimadas do Inpe, que utiliza satélites para monitorar e comparar a evolução dos focos de incêndio ao longo do tempo.
Uma série de ocorrências, sobretudo envolvendo canaviais em chamas e a morte de dois trabalhadores que tentavam combater o fogo nesta sexta em Urupês, levaram o Governo do Estado a criar um gabinete de crise para discutir soluções ao problema. Neste sábado (24), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou uma força-tarefa com apoio das Forças Armadas.
Os incêndios estão concentrados em regiões como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, São Carlos e Bauru. As cidades de Pitangueiras, Altinópolis e Sertãozinho estão entre as mais afetadas, somando juntas 203 focos. Pontes Geral, Urupês, Salmourão e Pontal vêm logo em seguida com mais 165 casos. Ribeirão Preto está entre as 20 cidades com mais ocorrências, totalizando 32.
Desde quinta-feira (22), os incêndios têm causado grandes transtornos em várias cidades. O tempo seco e os ventos intensos contribuem para a propagação das chamas, criando plumas de fumaça que podem até ocultar o sol.
Em Urupês, dois funcionários de uma usina faleceram enquanto tentavam combater um incêndio. Em Sertãozinho, outra usina foi evacuada devido à proximidade das chamas com a Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322).
Em Piracicaba, um avião foi utilizado para combater um incêndio que já dura seis dias, afetando uma área próxima à Estação Ecológica de Ibicatu. A umidade do ar na região chegou a 15%, e um alerta vermelho foi emitido para uma nova onda de calor.
Em Iracemápolis, a fumaça de um incêndio em uma mata às margens da Rodovia Dr. João Mendes da Silva Junior invadiu a pista, sendo a terceira ocorrência de queimada na área em dois dias.
Atualmente, 34 cidades estão em alerta máximo para grandes queimadas, com 24 delas apresentando focos ativos de incêndio. As cidades em alerta incluem Alumínio, Bananal, Bebedouro, Boa Esperança do Sul, Coronel Macedo, Dourado, Iacanga, Ibitinga, Jaú, Lucélia, Monte Alegre do Sul, Nova Granada, Piracicaba, Pitangueiras, Poloni, Pompeia, Pontal, Presidente Epitácio, Salmourão, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio de Aracanguá, Tabatinga, Taquarituba e Torrinha.
O governo informou que incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural e que, devido às rajadas de vento, o fogo pode se espalhar rapidamente. Um monitoramento e controle estão sendo realizados com o apoio da Defesa Civil, das secretarias da Segurança Pública, Agricultura e Abastecimento, e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
Mais de 7.300 profissionais e voluntários estão mobilizados no combate às chamas e na orientação da população.