O governo estadual instalou o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática durante uma reunião no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira (26). O grupo é formado por 43 pesquisadores e especialistas de instituições do Rio Grande do Sul, outros Estados brasileiros e do Exterior (veja a lista completa no fim da reportagem). A iniciativa também terá espaço para consultores de fora do comitê.
Os cientistas terão atribuições consultivas e propositivas em ações e políticas públicas voltadas para a adaptação e resiliência climáticas. A principal forma de atuação será por meio de pareceres; ou seja, o governo estadual pedirá a avaliação dos especialistas quando elaborar projetos para lidar com a crise climática. A decisão dos investimentos, porém, seguirá com o Executivo.
— O comitê terá absoluta liberdade para atuar. A partir do conhecimento científico, vamos orientar as ações do governo. São recursos volumosos que serão investidos e precisamos reduzir a chance de erros. A ciência tem que ser respeitada: ela terá espaço para debater, entender os caminhos e nos orientar — disse o governador Eduardo Leite, que conduziu a reunião.
O comitê tratará de diversos temas, desde sistemas de proteção de cidades até estudos voltados para a ativação econômica e questões de saúde pública. Serão abordados tópicos como desassoreamento de rios e córregos, mapeamento topográfico, sistemas de alertas mais avançados e cultura de prevenção.
Uma das primeiras tarefas dos estudiosos será avaliar projetos para enfrentar cheias no Delta do Jacuí, em Eldorado do Sul, e no Arroio Feijó, em Alvorada e Porto Alegre. Esses levantamentos foram feitos antes da enchente de maio; o governo quer que os estudiosos avaliem se os projetos devem ser melhorados ou se podem ser executados.
Os cientistas do grupo integram diversas áreas do conhecimento e têm projetos relacionados com a emergência e a crise climática. Três integrantes do comitê serão remunerados: Joel Goldenfum, que será secretário-executivo, e duas assessoras-técnicas, Alexandra Passuello e Eliana Dienstmann. A coordenação do Comitê Científico é de Simone Stülp, secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia.
— São pessoas que têm uma trajetória de construção de projetos, não é somente um olhar acadêmico: há uma conexão do conhecimento produzido à sociedade e para a construção de um Estado mais resiliente — pontuou Simone.
Os especialistas terão reuniões semanais, de forma híbrida; o próximo encontro está marcado para terça-feira (2). Previsto no decreto 57.647, o Comitê Científico integra o Plano Rio Grande, criado para enfrentamento aos efeitos das cheias.