Com chuva de pelo menos 100 milímetros prevista para o final de semana, a expectativa da meteorologista da Sala de Situação do Rio Grande do Sul, Cátia Valente, é de que o evento não cause uma nova enchente. À Rádio Gaúcha, a especialista explica que, dada a fragilidade de locais atingidos pela inundação de maio, é possível que alagamentos sejam registrados.
— A chuva continua na segunda, na terça e na quarta-feira também. Essas chuvas mais persistentes podem trazer aquele risco de deslizamentos, podemos novamente ter transtornos em rodovias. Mas não temos nenhuma condição nesse momento de dizer que vamos passar por enchente ou qualquer coisa parecida como o último evento que ocorreu — explica Cátia.
A chuva não deve ser intensa ao longo do sábado, mas pode estar acompanhadas de temporais que, conforme a meteorologista, são caracterizados por fortes rajadas de vendo e queda de granizo. No domingo há um padrão mais organizado do sistema, com chuva em todas as regiões do Estado. Neste momento, a metade Norte será a mais atingida.
— Áreas de instabilidade estão associadas ao que nós meteorologistas chamamos de baixa pressão. Esse sistema já está sobre o Uruguai e vai começar a entrar pelo estado do Rio Grande do Sul. Durante a noite desta sexta-feira, na madrugada, já podemos ter chuvas, que podem acontecer com temporais primeiramente no sul do Estado. Ao longo do sábado, à medida em que esse sistema vem se deslocando, vai trazendo a chuva — afirma.
Para os próximos meses Cátia projeta um período de "neutralidade climática", ou seja, quando o oceano não está quente o suficiente para caracterizar um El Niño, nem frio para ser uma La Niña. Por causa disso, a previsão é de um inverno naturalmente chuvoso no Estado, mas com volumes inferiores ao que foi registrado em 2023.
— No final do inverno e durante primavera já podemos estar sob a influência do La Niña. Na primavera, que é a estação mais chuvosa do Rio Grande do Sul, se espera que não seja tão chuvoso por causa do fenômeno atuando, então diminui os volumes de chuva. O verão, que é o nosso pior momento com relação ao La Niña, é quando as chuvas diminuem bastante — projeta.