Ao longo dos últimos verões, os fenômenos La Niña e El Niño trouxeram diferentes impactos para o Rio Grande do Sul. Enquanto o primeiro tem como marca a seca no território gaúcho, o segundo traz aumento nos níveis de chuva, causando problemas como enchentes e inundações.
Imagens feitas nos meses de janeiro e fevereiro entre 2019 e 2024 mostram a alternância dos impactos dos eventos no Estado e também um período de neutralidade. Confira:
Janeiro de 2024
O primeiro dia útil de 2024 foi de chuva forte em Porto Alegre. O acúmulo de água causou bloqueios em diversas ruas e avenidas. Com atuação do El Niño, o acumulado do primeiro mês do ano na capital gaúcha foi de 226,6 milímetros, o que fez do período o segundo janeiro mais chuvoso no século 21. A quantidade deste ano é superada apenas por 2001, quando foi registrado 237,7 milímetros de chuva. Saiba mais neste link.
Fevereiro de 2023
No ano passado, entretanto, o cenário era bem diferente. Com o La Niña em ação, produtores de Soledade, no norte do RS, conviveram com a pouca chuva por meses. Em 13 de fevereiro de 2023, os açudes e poços artesianos da região estavam secos. Os grãos não vingavam e as fissuras no chão se espalhavam em todas as direções. Saiba mais neste link.
Fevereiro de 2022
Em 2022, o La Niña atuava, trazendo prolongada falta de chuva ao Estado. Em fevereiro, a seca havia transformado em deserto cerca de 50% da Lagoa do Peixe, localizada dentro do parque nacional de mesmo nome, em Tavares, no Litoral Médio. Pelo menos os três maiores dos oito setores da lagoa disponíveis para pesca estavam só poeira — Costa, Lagarmazinho e Paiva — expondo restos de milhares de camarões, siris e peixes. Saiba mais neste link.
Janeiro de 2021
O verão de 2021 foi o primeiro com o retorno do La Niña. Em janeiro, o baixo nível de água no Guaíba revelava toneladas de lixo. Mesmo após uma ação de limpeza, ainda era possível encontrar latas de cerveja, garrafas plásticas, roupas, sapatos, além de boneca, cadeira de plástico, tampa de vaso e até uma bicicleta perto da foz do Arroio Dilúvio. O nível do Guaíba era de 36 centímetros no Cais Mauá no dia 15 de janeiro, sendo que o normal é pelo menos 60 centímetros. Saiba mais neste link.
Janeiro de 2020
O verão de 2020 não teve influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, sendo considerado um período de neutralidade. A estação foi marcada pela falta de chuva e pelas intensas ondas de calor que atingiram o Rio Grande do Sul. Na época, o Estado passava por uma estiagem prolongada e teve situação de emergência decretada em diversos municípios. Em Porto Alegre, as precipitações atingiram 53% da média durante o período, com 162,6 milímetros. Saiba mais neste link.
Janeiro de 2019
Com influência do El Niño, o Rio Grande do Sul registrou aumento de chuva no verão de 2019. Em janeiro, Alegrete, na Fronteira Oeste, enfrentou sua maior enchente em 60 anos. A inundação tirou mais de 7 mil pessoas de casa, provocou perdas em lavouras e prejuízos de infraestrutura do município. Foi a maior cheia do Rio Ibirapuitã desde 1959, a segunda mais intensa já registrada desde que teve início o monitoramento no local, na década de 1940. Saiba mais neste link.