Estudos da Nasa indicam que 2022 foi o quinto ano mais quente da história, empatado com o de 2015. Os últimos nove anos foram os de maior calor desde o início das medições de monitoramento, em 1880. A temperatura média da Terra aumentou 1,1ºC desde o fim do século 19, segundo o Instituto Goddard para Estudos Espaciais (GISS), braço da Nasa afiliado à Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Temperaturas globais mais altas geram impactos que podem ser sentidos em todos os continentes e oceanos. Bill Nelson, o funcionário de mais alto-escalão da agência espacial, comentou sobre essa tendência de aumento.
— É alarmante. Nosso clima quente já está deixando marcas: incêndios florestais estão se intensificando, furacões estão mais fortes, secas estão causando danos e o nível do mar está subindo — disse o secretário.
A emissão de gases de efeito estufa alimenta o aquecimento global. Pesquisadores acreditam que 2022 foi o ano com a maior emissão de gás carbônico já registrada. A Nasa também identificou super emissões de gás metano, com o uso de um instrumento que investiga as fontes de poeira mineral na superfície da Terra (Earth Surface Mineral Dust Source Investigation, ou EMIT).
— A tendência de aumento da temperatura está acontecendo porque o comportamento humano continua lançando quantidades enormes de gases de efeito estufa na atmosfera, e os impactos ao longo prazo também vão continuar — comenta Gavin Schmidt, diretor do GISS.
Derretimento das geleiras
As geleiras da Antártica vem diminuindo de volume. Por ano, o continente perdeu cerca de 150 bilhões de toneladas de gelo, causando um aumento do nível do mar de aproximadamente 0,4 milímetros. As medições incluem dados de 2002 a 2023, baseados em observações do Gravity Recovery and Climate Experiment, projeto da Nasa em conjunto com a agência espacial alemã. Estudos indicam que o aumento da temperatura nos oceanos contribuem para a redução das geleiras.