Estão com o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas, em São Paulo, as amostras coletadas junto a 50 leões-marinhos e lobos-marinhos encontrados mortos na Praia do Hermenegildo. A suspeita é que os animais também tenham contraído o vírus H5N1.
De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), os animais foram encontrados na quarta-feira (4), e a supervisora regional da pasta, Liége de Araújo, espera que o material já esteja em análise nesta semana. O número exato de animais que foram encontrados doentes e mortos não foi divulgado. Questionada sobre como agir com os animais que permanecem vivos, a supervisora fala das dificuldades em encontrar medidas rápidas e eficazes nesse momento.
— É tudo muito novo. Nós costumamos a fazer eutanásia em equinos e nunca tínhamos realizado esse procedimento em leões e lobos marinhos. A ideia era utilizar os cavalos como comparativo, mas percebemos que é necessário utilizar muito mais medicamento nesses mamíferos, eles são muito grandes e as doses devem ser maiores. Nossos recursos acabaram, mas a Secretaria da Agricultura já está providenciando mais fármacos.
Ela acrescentou que os leões e lobos não têm condições físicas de retornarem para água, já que eles morreriam afogados devido ao quadro respiratório crítico causado pela doença contraída. Caso confirmada a influenza aviária, Liége explica que o vírus é muito letal.
— Não temos medicação para esses animais. Primeiro que não podemos medicar sem confirmar a doença, e mesmo que já tivéssemos a confirmação, os leões e lobos estão morrendo de um dia para o outro desde a apresentação dos sintomas, o que é muito rápido. Enquanto tínhamos medicamentos para eutanasiar, essa era uma opção, mas agora que os recursos acabaram, infelizmente não temos outro método — relata.
Casos confirmados:
Na Praia do Cassino, em Rio Grande – também na Zona Sul –, ao menos sete mamíferos marinhos morreram em função da influenza aviária. Os casos foram confirmados na quinta-feira (5), pela Seapi.
Dez animais foram encontrados na orla da praia, sete morreram. O Centro de Recuperação dos Animais Marinhos da Furg, que acompanhou o caso, assim como a regional da pasta, não souberam informar o que aconteceu com os outros três animais vivos, mas em função da letalidade da doença, a hipótese é que os mamíferos tenham morrido também.
Em Rio Grande, os sete animais foram enterrados na Praia do Cassino em uma profundidade segura para a saúde de outros animais e da comunidade. Em Santa Vitória do Palmar, a prefeitura afirmou que irá realizar o mesmo procedimento nesta sexta.