O presidente colombiano Gustavo Petro denunciou nesta terça-feira (19), perante a ONU, o aumento de migrantes que fogem devido às alterações climáticas no mundo e pontuou a "derrota" que este "êxodo" representa para a humanidade.
— Começou longe, dos cantos mais remotos do planeta (...) uma marcha silenciosa de pessoas — disse o primeiro líder de esquerda da Colômbia, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Em um discurso direcionado aos "países ricos", Petro defendeu a conservação do meio ambiente e o impedimento da crise da mudança climática, que traz fome e sede aos pobres em nações subdesenvolvidas que, em breve, estarão "inabitáveis". A selva de Darién, que liga a Colômbia ao Panamá, tornou-se um corredor para viajantes que procuram chegar aos Estados Unidos – a maioria vindos da América Latina e do Caribe.
Mais de 248 mil migrantes atravessaram o território neste ano, um número recorde que supera os registros do ano de 2022 inteiro, segundo o governo panamense. Números como esses são um reflexo, segundo o líder colombiano.
— A dimensão do fracasso dos governos. Este último ano foi um momento de derrota dos governos, de derrota da humanidade, o êxodo das fronteiras cresceu.
Sem citar países específicos, o presidente criticou medidas restritivas à passagem de migrantes. Petro, que está no poder desde agosto de 2022, afirma que "o ódio aos estrangeiros aumentou" nos países que recebem migrantes.
— Fizeram cães galgos correrem atrás dos migrantes, colocaram pessoas em cavalos para persegui-los com chicotes nas mãos, construíram cadeias com cepos e correntes — lembrou.
Para remediar os danos ambientais causados pelo extrativismo, o presidente propôs deixar o carvão e o petróleo "debaixo da terra". Sua principal iniciativa para salvar o planeta é conservar a floresta amazônica, vítima das plantações de folhas de coca, principal componente da cocaína, do desmatamento para a pecuária, entre outros.
* AFP