O governo japonês anunciará, nesta terça-feira (22), a data em que começará a despejar as águas tratadas da central nuclear acidentada de Fukushima no Oceano Pacífico, disse o ministro da Economia, Comércio e Indústria, Yasutoshi Nishimura, nesta segunda-feira (21).
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou o plano em julho, mas o projeto levanta preocupações entre os pescadores japoneses e de países vizinhos, como a China. Tóquio garante, porém, que a operação, que levará décadas, não terá impacto no meio ambiente, ou na saúde humana.
— Queremos convocar uma reunião dos ministros afetados amanhã [terça-feira] para tomar uma decisão sobre o início da descarga de água, após confirmar o avanço dos esforços para garantir a segurança e remediar os danos à imagem — disse o ministro Nishimura, em entrevista coletiva.
Um funcionário da Tepco, operadora da central, disse hoje que o processo pode começar "um ou dois dias" após a decisão do governo.
As autoridades japonesas pretendem despejar no Pacífico até 1,33 milhão de toneladas de águas de Fukushima, quantidade equivalente a 500 piscinas olímpicas, no nordeste do país. A central sofreu uma tripla catástrofe (terremoto, tsunami e acidente nuclear) em março de 2011.
A Tepco garante que as águas foram tratadas, que as partículas radioativas foram filtradas e que não são perigosas. Mas o trítio, um radionuclídeo perigoso para os humanos em doses muito elevadas, não pôde ser removido.
* AFP