A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (7), que, mesmo se a meta de desmatamento for atingida, o mundo precisará interromper a emissão de gases por combustíveis fósseis. Caso contrário, a Amazônia será prejudicada.
A declaração ocorreu durante a divulgação do balanço sobre o evento Diálogos Amazônicos, que antecedeu a Cúpula da Amazônia, com início marcado para esta terça-feira (8).
O petróleo tem sido um tema sensível para o governo devido à intenção da Petrobras de explorar o recurso na foz do Rio Amazonas. Ambientalistas se posicionam contra o projeto, pois, segundo eles, pode causar danos ambientais à floresta.
O evento ambiental reúne representantes dos oito países amazônicos para firmar compromissos pela preservação do bioma. Enquanto o Brasil pressiona para que as nações assumam o compromisso de desmatamento zero até 2030, a Colômbia tem pautado o fim da exploração do petróleo na floresta.
— Sabemos que temos de trabalhar num espaço multilateral global. Mesmo que consigamos reduzir o desmatamento em 100%, se o mundo não parar com as emissões por combustível fóssil, vamos prejudicar a Amazônia de igual forma. Nossos presidentes têm essa clareza — afirmou Marina.
Os líderes reunirão os compromissos assumidos em uma carta chamada Declaração de Belém, que será composta por consensos acordados entre os países da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA).
— É um processo de consenso progressivo e esse consenso progressivo está estabelecido em alguns pontos: combater a desigualdade, não permitir que Amazônia chegue ao ponto de não retorno, e trabalharmos conjuntamente — disse Marina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na tarde desta segunda-feira a Belém. Lula tem uma reunião com a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira López. Depois, um encontro bilateral com a presidente do Peru, Dina Boluarte.
Ao chegar a capital paraense, Lula foi questionado por jornalistas sobre a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. O presidente foi interpelado se tentaria acelerar processo de autorização para extração do combustível e ironizou:
— Você acha que eu vim aqui para discutir isso agora — respondeu.