Quatro pinguins foram encontrados mortos nesta quinta-feira (20), em Balneário Pinhal, no Litoral Norte. A prefeitura da cidade faz a vistoria semanal da orla da praia para monitorar o número de animais mortos, fenômeno bastante comum desta época do ano. No início da semana, outros cinco pinguins foram encontrados.
— Esse pico de mortes acontece uma vez por ano. É comum, entre julho e agosto, aparecerem centenas de pinguins mortos na orla. Esses animais percorrem grandes distâncias ao saírem das suas colônias reprodutivas, então faz parte da seleção natural que alguns não sobrevivam — explica a bióloga da secretaria do Meio Ambiente de Balneário Pinhal, Aimée Siqueira Knak.
Segundo a bióloga, a prefeitura faz vistorias toda semana na orla e informam o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), órgão responsável por monitorar e registrar a mortalidade de animais marinhos nas praias gaúchas. Depois, a secretaria de Obras da cidade recolhe os corpos e enterra.
Foi o veranista André Roca quem encontrou os quatro animais sem vida, entre duas casinhas de guarda-vidas. As aves são todas da espécie pinguim-de-magalhães, uma espécie migratória comum da América do Sul.
Esses animais costumam migrar do sul da América do Sul para o norte todos os anos, entre os meses de maio e agosto, segundo o biólogo do Fauna Marinha, projeto do Ceclimar, Maurício Tavares. Nesta época do ano, os pinguins passam pelo Rio Grande do Sul, e não é raro encontrar animais mortos encalhados nas praias gaúchas.
— Em anos de El Niño, normalmente, temos um aumento da quantidade média anual. Entre Torres e Dunas Altas, que é a parte que eu monitoro, cerca de mil pinguins morrem anualmente — pontua Maurício.
Aimée explica que fenômeno faz parte da seleção natural. Os animais encontrados mortos podem ter morrido devido a falta de alimentos, predação ou dificuldade de nadar, por causa de grandes ondas ou mar agitado.
*Produção: Yasmim Girardi