Mesmo com o afastamento do ciclone extratropical para o alto mar, o litoral norte do Rio Grande do Sul ainda deve registrar chuva e vento de quase 100 km/h no decorrer desta quinta-feira (13). Entretanto, especialistas destacam que, no restante do Estado, as rajadas mais intensas foram registradas até o meio-dia.
De acordo com o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador do 8º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de Tramandaí até o sul de Santa Catarina há um alerta devido à possibilidade de que as rajadas de vento cheguem perto de 100 km/h.
Na região sul do Estado, uma das mais atingidas pelo ciclone, o vento já pode ser considerado “normal” e não deve superar os 70 km/h. A chuva permanece nessa área, mas diminui de intensidade.
Já em Porto Alegre, as rajadas não devem passar de 60 km/h. A previsão é de que uma chuva de fraca a moderada siga até a noite.
— O perigo maior é no Litoral Norte, que ainda pode ter rajadas acima dos 80 km/h, mas deve melhorar a partir do meio da tarde. Na Região Sul está bem melhor e o vento deve diminuir. O ciclone segue jogando muita umidade para o continente, mas nada comparado ao que teve antes. Pode haver chuvisco ou pancadas de chuva nas próximas horas em alguns municípios — acrescenta Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A partir das 18h, a expectativa é de que as rajadas de vento estejam abaixo dos 50 km/h, já que o centro do ciclone está sobre o oceano desde a madrugada. À noite, o vento não deve gerar maior preocupação. Já na sexta-feira (14), a faixa litorânea ainda pode ter algumas rajadas fracas e sentir os efeitos da ressaca, aponta Repinaldo.
— Sexta-feira começa a melhorar, porque entra um sistema de alta pressão, que é associado à tempo bom. Então, deve causar um alívio de forma geral — finaliza o meteorologista.
Estragos no Litoral
Dez casas foram destelhadas pela força do vento e 42 mil residências estavam sem luz em Tramandaí em torno das 11h30min. Também há ruas alagadas em alguns bairros. As aulas municipais seguem suspensas nesta quinta. A cobertura de lona instalada no Centro Municipal de Eventos de Tramandaí, onde é realizada a 32ª edição da Festa Nacional do Peixe, foi danificada em função da passagem do ciclone.
Nesta quinta-feira (13), era possível ver os estragos causados no local de 17 mil metros quadrados, situado à margem da Lagoa do Armazém.
Em Imbé, do outro lado do Rio Tramandaí, muitos semáforos estão fora de operação. Conforme a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Trânsito, há problemas em sinaleiras nos cruzamentos da Avenida Paraguassú com as avenidas Santa Rosa e Garibaldi, locais onde os equipamentos oscilam. No cruzamento da Paraguassú com a Avenida Mariluz, os equipamentos estão desligados.
Até o momento, foram atendidos cerca de 10 chamados para auxílio em casas que destelharam e sinalizados postes, fios e árvores que caíram em diversos pontos de Imbé.
O secretário de Segurança Pública e Trânsito, Vinícius Rebechi, que também coordena a Defesa Civil de Imbé, recomenda para a população evitar de sair de casa sem necessidade.
— Estamos prestando atendimento porque há diversos chamados de destelhamentos, fios e postes caídos. Os nossos semáforos estão inativos em função da falta de luz — relata.
Em torno das 11h30min, eram 17 mil clientes sem luz em Imbé. Em todo o Litoral Norte eram 157 mil.
Orientações do Inmet
- Desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia
- Observe alterações nas encostas
- Permaneça em local abrigado
- Em caso de situação de inundação ou similar, proteja seus pertences da água, envolvendo-os em sacos plásticos
- Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193)