A passagem de um novo ciclone pelo Rio Grande do Sul mantém as instituições públicas em prontidão para o atendimento de eventuais ocorrências. Em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (11), a Defesa Civil Nacional reforçou a relevância do fenômeno e destacou a necessidade de preparo.
— Os ventos serão tão fortes quanto os do ciclone do mês passado. O que a gente tem de diferente é que a área de alcance será maior. Tanto é que mais Estados devem ser afetados, como Santa Catarina e Paraná — explicou Marcia Seabra, meteorologista e coordenadora-geral do órgão.
Os prognósticos indicam o risco de temporais, queda de granizo e chuvas persistentes, podendo provocar transtornos em algumas regiões. Muitas cidades ainda se recuperam dos estragos provocados em junho.
— A preocupação maior tem sido naqueles municípios que sofreram nos eventos passados porque o solo se encontra bastante úmido. Isso pode provocar movimentos de massa, deslizamentos de terra nas encostas. Isso tem sido repassado aos municípios — ressalta o subchefe da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o coronel Marcus Oliveira.
O subchefe, no entanto, faz uma ressalva: os alertas não são garantia de que o fenômeno será registrado com a mesma intensidade em todas as localidades. Um exemplo disso se verificou na semana passada, quando os prognósticos apontavam a chegada de um ciclone extratropical que prometia chuva expressiva, mas que acabou registrando menor intensidade.
Apesar do impacto ter sido inferior ao estimado inicialmente, um deslizamento de terra, no último sábado, acabou abrindo uma cratera de aproximadamente 10 metros na região central de Arroio do Meio, no Vale do Taquari. Três residências, onde viviam cinco famílias, precisaram ser interditadas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, Cristian Perin, os moradores da cidade já estão avisados sobre o alerta meteorológico que está em vigor.
— A gente foi às casas avisar. Caso tenham algum imprevisto, é só nos chamar — indicou.
Evolução dos eventos
No boletim divulgado pela Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, a precipitação prevista para esta quarta (12) deve ganhar mais força e se tornar persistente em todo Estado. Na metade Norte, os volumes tendem a se aproximar dos 100mm em um dia. Pontualmente, não se descarta um acumulado diário de 150mm.
Esses índices representam uma grande quantidade de chuva em um curto período. Os órgãos que vêm realizando o monitoramento indicam o avanço do ciclone para o mar na sexta-feira (14), favorecendo o tempo estável sobre boa parte do Estado até o fim da semana. No entanto, chuva, ventos intensos e ressaca marítima ainda poderão ser registrados na região Leste, que inclui a Região Metropolitana e o litoral gaúcho.
A Marinha do Brasil emitiu, na segunda-feira (10), três avisos de mau tempo. O órgão destacou que o ciclone pode causar ressaca entre Chuí, no sul do Estado, e Laguna, no sul de Santa Catarina, com ondas de até 4,5 metros. A condição deve permanecer até sexta-feira (14).