O calor escaldante continuou no sábado (28) em Porto Alegre. Antes da chuva, o termômetro chegou a 37,9°C, registrado durante a tarde na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do bairro Jardim Botânico. A marca é a mesma verificada na quinta-feira (26), a máxima de 2023 na cidade.
Por volta das 15h, termômetros de rua, como o localizado na Rua Santana, próximo à Redenção, registravam a marca de 38°C. Lá, muitas pessoas curtiam os gramados para deitar em uma canga, ler ou praticar esportes, mas sempre na sombra. Nos pontos com sol, a passagem dos pedestres era breve.
Apesar da temperatura nas alturas, moradores da Capital aproveitaram a folga para passear, ainda que com adaptações – se, normalmente, a professora universitária Amanda Souza Motta, 48 anos, frequenta a área mais central da orla do Guaíba, na manhã deste sábado preferiu um ponto mais ao sul: a Praia de Ipanema, que tem mais árvores e, portanto, mais sombra.
— Eu gosto bastante de ir na orla, mas confessor que, em dias assim, poder sentar nessa sombra maravilhosa daqui (da Praia de Ipanema) é bastante agradável — comenta Amanda, sentada em um banco embaixo de uma árvore.
Mesmo com a intensidade do calor, a professora prefere ambientes abertos ao frescor do ar-condicionado de casa:
— Tendo a possibilidade de ficar na sombra, num lugar com uma boa paisagem, eu prefiro. Em seguida vem o frio e a gente fica mais recluso em casa, então eu gosto de aproveitar principalmente a Zona Sul, que tem menos movimento nessa época.
Também sentada em um banco à sombra de uma árvore, a aposentada Suzi Corrêa Nunes, 57 anos, não abriu mão do chimarrão mesmo com uma temperatura que, no final da manhã deste sábado, era de 34°C na Praia de Ipanema. Nessas ondas de calor, acha até refrescante consumir a bebida quente.
— É incrível, mas é verdade: eu sinto que o chimarrão me refresca, talvez porque também é líquido. Sou acostumada a tomar, então, pra mim, não tem isso de não tomar chimarrão no calor — analisa Suzi.
Para a aposentada, correr para perto da natureza é a forma mais eficaz de aliviar o calor em Porto Alegre:
— Eu costumo vir para perto do rio ver a natureza e pegar o fresquinho na orla de Ipanema, que é maravilhoso. É o jeito mais rápido de amenizar o calor para quem trabalha e fica em Porto Alegre.
Quebra de recorde
O recorde de calor em 2023, em Porto Alegre, foi registrado na última quinta-feira e, agora, no sábado, com a mesma marca. Mas os outros dias da semana, ainda assim, foram muito quentes na Capital e no RS.
— Essa massa quente tem predominado no Rio Grande do Sul, no norte da Argentina e Uruguai. Ao longo do mês, tiveram algumas passagens rápidas de frente fria, mas as áreas de instabilidade não se sustentaram por muito tempo, não tiveram força para injetar ar frio e baixar a temperatura. Até choveu, baixou a temperatura, mas o calor voltou — explica Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo.
No domingo (29), é esperado que a chuva, que acomete alguns municípios gaúchos, ganhe força ao longo do dia no RS. As precipitações serão de forte intensidade, com risco de temporal no norte gaúcho. Com isso, o calor deve diminuir.
*Colaborou Camila Hermes