- O leste do Rio Grande do Sul é atingido entre esta terça (17) e quarta-feira (18) pela tempestade Yakecan
- O vento pode superar os 100 km/h, principalmente no Litoral e na região metropolitana de Porto Alegre. Em alto mar, as ondas podem chegar a seis metros de altura
- A sensação térmica também desaba, com frio intenso no Estado
- Diversos municípios suspenderam atividades educacionais e as companhias responsáveis pelo abastecimento de energia elétrica e água estão de prontidão para lidar com eventuais demandasClassificado pela Marinha do Brasil como Tempestade Subtropical, com o nome Yakecan, o sistema que se aproxima do Rio Grande do Sul provocará ventos que poderão superar os 100km/h nas costas litorâneas gaúcha e catarinense nas próximas horas.
Yakecan significa “o som do céu” em tupi-guarani. O fenômeno, que se formou em águas mais frias do oceano, foi inicialmente classificado como tempestade extratropical. Porém, explica a meteorologista Maria Clara Sassaki, da Climatempo, a mudança para subtropical ocorreu porque a área de baixa pressão encontrou águas mais aquecidas, aumentando a velocidade dos ventos. Essa classificação é válida para rajadas que alcançam velocidade entre 89km/h e 119km/h.
– Não há risco de se tornar furacão, com ventos acima de 120km/h, porque o fenômeno teria que iniciar como uma tempestade tropical formada em águas quentes – reforça a meteorologista Carine Gama, também da Climatempo.
Ainda assim, a tempestade subtropical gera riscos por conta da velocidade das rajadas de vento em movimento ciclônico, com giro no sentido horário. No oceano, os ventos poderão atingir até 117km/h. Mais próximo da costa, eles deverão ficar na casa dos 100km/h, podendo passar disso em algumas áreas, como no trecho entre Rio Grande e Mostardas, no Sul do Estado.
Conforme o meteorologista Mamedes Luis Melo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a fase onde se encontram os ventos é uma característica anterior à formação de um furacão. Porém, ele reforça que a situação não deverá ultrapassar as condições de tempestade subtropical.
– A influência deste sistema vai obedecer os ventos dos altos níveis da atmosfera. E eles não vão deixar migrar ao Norte (do país). Por isso, poderá chegar até o litoral sul de São Paulo e voltará para alto-mar (sem se tornar furacão) – explica Melo.
Ainda assim, Melo alerta para a intensidade das rajadas na costa gaúcha.
– E elas quase serão constantes. Quando chegar entre o Chuí e a Lagoa dos Patos, além do vento intenso e constante, a tempestade levantará ondas no mar e poderá trazer chuva volumosa para esta faixa – destaca o meteorologista.
De acordo com a Marinha do Brasil, há previsão de mar com ondas entre três e seis metros de altura, em alto-mar, entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, ao sul de Laguna, até o dia 19 de maio. Além disso, há condições favoráveis para a ocorrência de ressaca no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, ao sul de Laguna, com ondas entre 2,5m e 4m, até o dia 19.
Chuva e frio
Por conta desta tempestade, segundo a meteorologista Carine Gama, da Climatempo, há previsão de chuva em praticamente todo o Rio Grande do Sul e tempo bastante severo em relação aos ventos em parte do Estado. Somente as áreas do Sudoeste e da Fronteira Oeste sentirão menos os impactos dos ventos e da chuva. Entretanto, a presença de uma massa de ar polar deixará as temperaturas baixas por todo o Rio Grande do Sul e segue a condição para precipitação invernal - chuva congelada ou neve - na próxima madrugada (18) nas áreas mais altas da serra gaúcha. Por isso, o risco para geadas aumenta no Oeste e Sudoeste na sexta-feira(20). No sábado (21), a geada deverá atingir todo o Estado.