Equipes do Instituto Biopesca, instituição responsável pelo monitoramento de 75 km de praias no litoral de São Paulo, encontraram 55 raias, três tubarões neonatos martelo e uma móbula – espécie de raia – mortos na praia de Taningwá, em Peruíbe (SP). Todos os animais apresentavam marcas de interação com rede de pesca.
De acordo com o biólogo do instituto Italo Bini, a maior parte das raias encontradas nos local pertence à espécie Rhinoptera bonasus (raia ticonha) e algumas tiveram o seu ferrão cortado.
– Muito provavelmente esses animais foram capturados por redes de pesca de arrasto, que têm como espécie alvo o camarão – comenta Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca.
A pesca de arrasto é autorizada no local, desde que executada como técnica artesanal, sem ser movida por motores, por exemplo. Com a chegada do verão e de turistas às praias, os esforços de pesca aumentam para atender o consumo, o que pode ser uma ameaça às espécies marinhas, afirmam os biólogos.
No caso das raias, em particular, há possibilidade de serem comercializadas e seu ferrão é cortado antes de serem vendidas.
– Já sabemos que tanto raias como tubarões podem ser vendidos como cação e o consumidor não é informado disso – explica o biólogo do instituto Italo Bini.
Todas as carcaças foram recolhidas e encaminhadas para análises. O Instituto Biopesca deve elaborar um relatório técnico sobre a ocorrência.