Foi divulgada nesta quarta-feira (22) uma análise feita por especialistas do Instituto Socioambiental (ISA) que mostra que o desmatamento durante a gestão de Jair Bolsonaro (2019 a 2021) aumentou 79% em comparação com os três anos anteriores (2016 a 2018) em áreas que deveriam ser protegidas na Amazônia.
O governo havia anunciado no mês passado uma alta geral de 22% em todo o bioma em comparação a 2020. Os dados atualizados foram extraídos do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), base do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), considerada a mais precisa para medir as taxas anuais. As informações são do portal G1.
Apesar de usar a mesma base de dados, o relatório do ISA analisa os últimos três anos para as áreas protegidas. Contatado pela reportagem do G1, que pediu dados complementares da análise, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou até a publicação da matéria.
Esta alta de 79% refere-se ao desmate realizado em todos os tipos de Unidades de Conservação (UCs): federais, estaduais ou municipais e terras indígenas da Amazônia, nos Estados de Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Acre.
A Lei nº 9.985, de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), regula as Unidades de Conservação (UC) com o objetivo de preservar a biodiversidade. As áreas podem ser exploradas para uso sustentável - quando é permitida a extração de recursos por moradores que respeitam normas específicas.
No período analisado, as UCs federais perderam uma área de floresta 130% maior do que nos três anos anteriores. Segundo o levantamento, as UCs federais "sofrem com altos níveis de invasões e ilegalidade na exploração de recursos naturais".
Já nas UCs estaduais, a alta foi de 50%. Entre as 334 UCs federais, 14 representam 90% da perda de vegetação.