Pinheiro Machado, na Região da Campanha, foi a primeira cidade a registrar neve misturada com chuva congelada na manhã da quarta-feira (28). A partir do meio da tarde, outros municípios, especialmente, da Serra registraram neve e em grande volume. Segundo a Somar Meteorologia, ao menos 15 cidades foram pintadas de branco, fazendo a alegria dos moradores e turistas.
Vale lembrar que a neve registrada é mais uma consequência massa de ar frio que age sobre Rio Grande do Sul ao menos até o fim de semana.
Em Pinheiro Machado, o fenômeno começou por volta das 9h45. Foi interrompido e retomado novamente às 11h, informa a Somar Meteorologia. O fenômeno - também confirmado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - teve duração total de uma hora, entre idas e vindas. No momento da queda, os termômetros na região variavam entre 5°C e 7°C, apontam as medições do Inmet.
Já no interior do município de São Jorge, na Serra, a água proveniente da transpiração das plantas congelou nos galhos de dezenas de árvores da região. O fenômeno, confirmado pela Somar, pode vir a ser confundido com o sincelo – orvalho congelado –, mas este exige a presença de nevoeiro, algo que não aconteceu na cidade nesta quarta-feira.
Na terça-feira, a cidade de Canguçu registrou uma precipitação invernal, que é a queda de cristais de gelo.
Mas qual a diferença entre os chamados fenômenos do inverno? Abaixo, entenda o que difere neve, chuva congelada, geada e sincelo.
Neve
Esse fenômeno é uma precipitação do tipo sólida. Os cristais de gelo são formados pelo congelamento do vapor d'água que se encontra suspenso na atmosfera. Funciona da seguinte maneira: as nuvens são, naturalmente, muito geladas e dentro delas ficam esses cristais. Se a temperatura atmosférica também estiver baixa – inferior a 0°C –, cria-se a condição perfeita para que o floco de gelo caia das nuvens, sem derreter, mantendo sua estrutura de floco durante a queda até tocar o chão.
Chuva congelada
A chuva congelada é facilmente confundida com a neve, mas a primeira diferença entre os dois fenômenos é que a chuva congelada se forma fora da nuvem. Quando a neve cai da nuvem e atravessa uma atmosfera um pouco mais aquecida – acima dos 0°C – e volta a encontrar uma camada de ar frio, sua parte interna fica com uma consistência mais mole, e a camada externa permanece congelada.
Ao tocar o solo, sua consistência fica muito parecida com as gotículas de sacolé (sim, aquele da infância!). Ou seja, as condições climáticas, quando não são frias o suficiente, não deixam esse floco de gelo permanecer no estado de neve, mas também não são quentes o bastante para transformar esse cristal de gelo em chuva líquida.
Geada
Céu aberto, um pouco de umidade e temperaturas bem baixas são as condições básicas para que ocorra a formação de geada. Em função do frio, as gotículas de água que estão suspensas no ar, mas mais próximas do chão e demais superfícies, congelam e criam aquela fina camada de gelo. Quer dizer, a geada é o congelamento do orvalho. O fenômeno é visto com frequência sobre as plantas e outras superfícies lisas, como capôs de carro e vidros de janelas.
Sincelo
Para que o sincelo seja observado, é preciso que haja nevoeiro pela manhã e que as temperaturas estejam negativas. Isso porque ele se dá a partir do congelamento de gotículas de nevoeiro que estão suspensas no ar e que se depositam nas superfícies, formando gelo.
Esteticamente, o sincelo parece neve, mas não é. A neve se forma e cai das nuvens em formato de cristal de gelo, enquanto o sincelo se forma já perto do chão ou em superfícies.