No próximo sábado (5), em meio a discussões sobre o combate a crimes ambientais no país, é celebrado o dia da Amazônia. Em entrevista ao Timeline, na Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (4), o vice-presidente Hamilton Mourão, que assumiu o comando do Conselho Amazônia, criado para coordenar as ações federais de proteção e desenvolvimento da floresta, argumentou que "problemas se concentram em meia dúzia de locais" da Amazônia.
— Os problemas se concentram em meia dúzia de locais da Amazônia. Onde houve antropização (ação do ser humano sobre o meio ambiente) e derrubada da floresta. A floresta se regenera, é queimada novamente. A queimada da limpeza do solo, que é um processo arcaico, existe também. Claro que existe exploração ilegal em unidades de conservação interna indígena, mas estamos em cima disso aí. Mais de 80% da Amazônia está totalmente preservada — avaliou Mourão.
O Brasil encerrou o mês de agosto com o segundo pior resultado de queimadas na Amazônia dos últimos 10 anos. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que foram registrados 29.307 focos de calor no mês passado, volume bem acima da média histórica de 26 mil focos para este mês e apenas 5% inferior aos alarmantes 30,9 mil registrados no mesmo mês de 2019.
Ao citar a pesquisa do Inpe, o vice-presidente afirmou que "o problema é a forma como o número é tratado" e reafirmou o compromisso do governo com o combate ao desmatamento ilegal e às queimadas.
— Nesse mês de agosto, e é o dado do Inpe, comparando com agosto do ano passado, é 20% a menos de desmatamento. Este ano ficou com 400 quilômetros a menos. Esse é o dado do Inpe, eu trabalho com os dados dele. Nós temos um grupo de proteção onde está o pessoal da Polícia Federal, do Inpe, do ICMbio, que se reúne e define semanalmente os alvos para a Operação Verde Brasil, e esses dados são me repassados.
Sob a liderança de Mourão, os militares estão na Amazônia desde 11 de maio, quando foi iniciada a Operação Verde Brasil 2, com a missão de combater os crimes na floresta.
No último dia 28, o governo recuou da suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal e demais regiões do país. A decisão havia sido tomada após a Secretaria de Orçamento Federal ter bloqueado R$ 20,9 milhões do Ibama e R$ 39,7 milhões do ICMBio.
— Em novembro, vamos obter resultados expressivos e vamos mostrar o compromisso do governo Bolsonaro com a Amazônia — afirmou Mourão.
— Se (o governo) não tivesse compromisso, eu não estava aqui. Não estou aqui para fazer teatro — completou.