Diversos municípios do Rio Grande do Sul registraram queda de neve nesta quinta-feira (19). O fenômeno é mais comum do que os gaúchos pensam, mas raramente é forte o suficiente para acumular e deixar as paisagens cobertas por flocos de gelo. Para que ocorra a queda de neve, são necessários dois fatores essenciais: umidade e frio.
— Tínhamos uma umidade que foi trazida pela passagem de uma frente fria e, juntamente, tínhamos o frio com uma entrada de massa de polar. A combinação desses dois sistemas, o frio e a umidade, são as ocorrências favoráveis para a ocorrência de frio que gerou a queda de neve — explicou Cátia Valente, meteorologista da Somar.
Algumas cidades também tiveram chuva congelada, que pode ocorrer concomitantemente com a neve. Para ambos os fenômenos são necessárias as mesmas condições climáticas.
— A gente precisa ter em várias camadas da atmosfera uma temperatura no mínimo em torno de 0°C ou às vezes até abaixo. Frio bem intenso e umidade bem consistente também — disse.
O que diferencia a ocorrência de um fenômeno ou outro é a temperatura da nuvem. Para cair neve, é necessário que ela esteja um pouco mais fria do que no caso da chuva congelada.
— A neve que se formou dentro da nuvem já vem caindo em formato de neve. A chuva congelada precipita da nuvem de forma líquida, vem caindo pela atmosfera e, ao chegar na superfície, ela congela — afirmou. — A temperatura lá da nuvem é um pouco diferente, mais gelada, quando precipita a neve — acrescentou.
A neve foi observada na serra gaúcha, em cidades como São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, Canela e Cambará do Sul. Cidades como Bento Gonçalves, Nova Petrópolis, Boa Vista do Sul, Pinheiro Machado, Rolante e Riozinho.