Em um dos trechos da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, falou em aproveitar a pandemia do coronavírus para passar as normas infralegais de desregulamentação.
— Nós temos a possibilidade nesse momento que a atenção da imprensa tá voltada exclusiva ... quase que exclusivamente pro covid (sic), e daqui a pouco para a Amazônia, o general Mourão tem feito aí os trabalhos preparatórios para que a gente possa entrar nesse assunto da Amazônia um pouco mais calçado, mas não é isso que eu quero falar. A oportunidade que nós temos, que a imprensa não tá ... Tá nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação — declarou.
— Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas — completou.
Para Salles, a pandemia é uma oportunidade de "ir passando a boiada e mudando todo o regramento, e simplificando normas".
— De Iphan, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação regulam (regulamentar) é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos.(...) E deixar a AGU de stand by pra cada pau que tiver, porque vai ter — declarou.
Salles também manifestou a necessidade de ter um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) para editar as normas infralegais, uma vez que "dar uma canetada sem parecer" poderia levá-lo, na sua opinião, à prisão.
— Não precisamos de Congresso (Nacional). Porque coisa que precisa de Congresso também, nesse, nesse fuzuê que está aí, nós não vamos conseguir apo ... apos . .. é ... aprovar. Agora tem um monte de coisa que é só parecer, caneta, parecer, caneta. Sem parecer também não tem caneta, porque dar uma canetada sem parecer é cana — afirmou.
Na gestão de Ricardo Salles a frente do Ministério do Meio Ambiente, 21 dos 27 superintendentes regionais do Ibama foram exonerados. Além disso, o Brasil bateu recordes de desmatamento na Amazônia, aumentando 35% em 2020.