O avanço de uma frente fria fez com que a chuva voltasse ao Rio Grande do Sul, alcançando uma série de municípios afetados pela estiagem. Todas as regiões gaúchas registram precipitação nesta terça-feira (12), segundo dados das estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O maior acumulado está em São Vicente do Sul, na Região Central, chegando a 92,4 milímetros até ao início da tarde, pouco mais da metade da média de 160 milímetros prevista para maio. Cidades do Vale do Rio Pardo, das Missões, da Serra e do Vale do Sinos também registraram volume expressivo de precipitação nas últimas horas.
Ainda que a chuva tenha atingido de forma generalizada o território gaúcho, a meteorologista da Somar Cátia Valente enfatiza que o déficit hídrico provocado pelo tempo seco dos últimos meses está longe de ser revertido. Para isso, é necessário que o fenômeno se repita por mais dias. Desde novembro de 2019, o Estado tem períodos curtos de chuva seguidos de semanas sem precipitação. Em maio, a perspectiva é de que a situação comece a ser revertida gradativamente.
— Essa chuva é bem-vinda, por melhorar a umidade do solo e para questões de abastecimento e enchimento dos rios. O Estado todo estava em uma situação bem crítica — lembra Cátia, reforçando que a previsão é de que a chuva permaneça até quarta-feira.
Para a agricultura, a chuva veio tarde. Isso porque a safra de grãos de verão, como soja e milho, está prestes a ser encerrada. E os prejuízos nas lavouras já foram consolidados, segundo o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri. No entanto, o agrônomo enfatiza que a retomada da chuva é fundamental para o abastecimento nas propriedades rurais e tende a beneficiar atividades como a fruticultura e o cultivo de hortaliças.
— Os prejuízos da estiagem estão consolidados, mas agora esse volume de chuva pode começar a interferir na situação hídrica. Do jeito que estava, nos encaminhávamos para enormes dificuldades em ter água para necessidades básicas — constata.
Rugeri lembra que somente a continuidade da chuva permitirá que se restabeleça a normalidade dos níveis dos rios do Estado. Na manhã de terça, o monitoramento da Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apontava que córregos, arroios e pequenos rios começaram a se beneficiar das precipitações recentes. Com isso, os rios do Sinos e Gravataí e o Guaíba se encontram em estágio de elevação. Ainda assim, suas bacias seguem em situação alerta, pela baixa disponibilidade de água. A mesma situação crítica é verificada em outros rios, como Uruguai, Caí e Camaquã.
Acumulados de chuva nesta terça-feira
- São Vicente do Sul: 92,4 milímetros (média para maio: 163,5mm)
- Santiago: 90 milímetros (média para maio: 161,4mm)
- Canela: 67,2 milímetros (média para maio: 115,4mm)
- Teutônia: 62,4 milímetros (média para maio: 135,5mm)
- Santa Maria: 50 milímetros (média para maio: 154,4mm)
- Tupanciretã: 44,6 milímetros (média para maio: 153,3mm)
- Campo Bom: 39,2 milímetros (média para maio: 110,74mm)
- Santo Augusto: 32,6 milímetros (média para maio: 166,6mm)
- São Luiz Gonzaga: 27,6 milímetros (média para maio: 165,8mm)
- Cruz Alta: 24,4 milímetros (média para maio: 156,8mm)
Fonte: Somar Meteorologia