Até o fim do ano começarão a ser disponibilizados dados periódicos sobre o desmatamento nos biomas Caatinga, Pampa, Mata Atlântica e Pantanal. O sistema está sendo estruturado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em um projeto apoiado pelo Fundo Amazônia, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O custo do projeto foi estimado em R$ 49,8 milhões.
O mapeamento é feito no mesmo modelo do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que também é usado para acompanhar a destruição da vegetação nativa no Cerrado. O monitoramento na Amazônia é feito desde 1988 e o do Cerrado, desde 2014. O sistema que vai englobar os demais biomas começou a ser desenvolvido em 2017.
Segundo o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas do Inpe, Cláudio Almeida, os primeiros dados deverão ser divulgados ainda em 2019. Será possível ver o que houve de supressão de vegetação nos quatro biomas desde 2016 até 2019. A partir de 2020, serão publicados, de acordo com o pesquisador, relatórios anuais.
Quase metade da vegetação nativa do Pampa foi suprimida até 2016
Os dados preliminares mostram que, até 2016, foram suprimidos 43,8% da vegetação nativa do Pampa e 15,5% do Pantanal. De acordo com Almeida, apesar do ritmo de desmatamento nessas regiões ser menor do que no Cerrado e na Amazônia, tais biomas também sofrem com destruição contínua.
— Nos outros biomas ainda se percebe uma pressão, não com a intensidade que existe nas fronteiras agrícolas, como Cerrado e Amazônia — enfatizou. A apresentação foi feita nesta quarta-feira (6), durante o evento DroneShow & MundoGEO Connect PLUS 2019.
Almeida disse que uma exceção a esse processo é a Mata Atlântica, bioma em que existe um processo de regeneração em algumas áreas antes ocupadas por atividades econômicas e que têm sido deixadas de lado.
— No Vale do Paraíba, algumas áreas que eram muito ocupadas com pecuária foram abandonadas — exemplificou.
Os dados do monitoramento também vão embasar os inventários de emissões de gases do efeito estufa apresentados pelo Brasil nas conferências do clima das Nações Unidas.